quinta-feira, 22 de abril de 2021

Influência indígena na cultura gaúcha.

 



Dentre as muitas histórias que formam o Rio Grande do Sul, está a indígena. As suas heranças estão no nosso cotidiano e existem comunidades presentes em todo estado.

É das interações entre os povos indígenas e as demais etnias, que foram construídas várias características regionais do RS.

Os primeiros habitantes da região onde hoje pertence ao Estado do Rio Grande do Sul, eram caçadores e nômades, em razão da constante busca de alimentos, principalmente oriundos da caça, fazendo uso de toscos instrumentos feitos de pedra lascada. Não eram numerosos mas tinham o domínio de todo o território, até que um grupo de guarani, originários do tronco Tupi, que desceram pelos grandes rios, desde a Amazônia, essa migração pode ter sido fuga dos grandes períodos de seca ou a procura de uma terra sem males.

Quando os primeiros europeus chegaram, eles encontraram tribos como charruas e minuanos que ocupavam o pampa e as tribos jês, que habitavam a região do planalto, assim a ocupação do estado se deu primeiro pelos campos, depois seguiu para as florestas e planalto, e por último, a região do litoral.


Foram os índios guaranis que introduziram a horticultura no RS, eles legaram o milho, os feijões, a mandioca, a abobora, a pimenta, o algodão, a batata doce, o amendoim, a moranga, o chimarrão e o fumo. Além dos alimentos sincréticos como broa de polvilho, bolo de fubá, pe de moleque, canjica, polenta, feijoada, demonstram uma interação dos alimentos de origem indígena com as culturas europeias e africanas. Eles usavam arco e flecha, a lança, o tacape e machados de pedra, polidos. Eles acreditavam que um banho frio pela manhã prolongava a vida. Praticavam a antropofagia com os inimigos e enterravam os seus mortos em igaçabas (potes de cerâmica). Acreditavam no curupira, no caipora e na Iara. A cultura gaúcha herdou dos guaranis a lenda do boitatá, o pala, a
 erva mate e a cultura do fumo, que eles utilizavam em rituais religiosos.

A nossa mais popular bebida, que é o mate ou chimarrão, é cultura dos índios guaranis. Também se faz presente nos gaúchos hoje. O chiripa, jacui, faixa na cabeça, Ibicuí, Porongo, bota garra de potro, ibirapuitã, paçoca de pinhão, pilão, anguera, laço de couro, rancho de pau a pique barreado, grito do sapucai, fogo de chão, jaguar,guri, boleadeiras, pampa, pala, palheiro, churrasco, e outros, tudo isso é gaúcho, legado indígena.

A contribuição dos povos indígenas na cultura e identidade do gaúcho é, em grande parte, fruto de uma produção intelectual de seleção de elementos escolhidos meticulosamente durante um longo processo de construção da história sul-rio-grandense. Nesse processo, muitos elementos da cultura desses povos foram, de forma voluntária ou não, esquecidos ou deixados de lado na contribuição identitária do gauchismo.

Existem hoje cerca de 34 mil indígenas organizados em mais de uma centena de comunidades no RS. A interação com a população urbana se dá, principalmente, por meio do artesanato, que lhes permite o acesso à renda. O modo de vida indígena está ligada á própria sobrevivência sustentável, preservando o meio ambiente para as próximas gerações.

Em 2007, a declaração das Nações Unidas sobre os direitos dos Povos Indígenas estabeleceu diretrizes no plano internacional, como o direito de autonomia e de autodeterminação. Um grande passo para essas sociedades e a sua forma própria de fazer política, economia e cultura.

 

Hay os que se perdem por perder raízes que não acham mais

Hay os que se encontram por voltar as fontes dos seus ancestrais

E as encruzilhadas parecem caminhos a se afastar

Quando na verdade são pontos de encontro pra quem quer voltar.

(Cenair Maicá)

 


Pesquisa de:

 Sandra Ferreira/ 1 chinoca do CTG Sentinelas do Pago.

 

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