Dentre as muitas histórias que
formam o Rio Grande do Sul, está a indígena. As suas heranças estão no nosso
cotidiano e existem comunidades presentes em todo estado.
É das interações entre os povos
indígenas e as demais etnias, que foram construídas várias características
regionais do RS.
Os primeiros habitantes da região
onde hoje pertence ao Estado do Rio Grande do Sul, eram caçadores e nômades, em
razão da constante busca de alimentos, principalmente oriundos da caça, fazendo
uso de toscos instrumentos feitos de pedra lascada. Não eram numerosos mas
tinham o domínio de todo o território, até que um grupo de guarani, originários
do tronco Tupi, que desceram pelos grandes rios, desde a Amazônia, essa
migração pode ter sido fuga dos grandes períodos de seca ou a procura de uma
terra sem males.
Quando os primeiros europeus
chegaram, eles encontraram tribos como charruas e minuanos que ocupavam o pampa
e as tribos jês, que habitavam a região do planalto, assim a ocupação do estado
se deu primeiro pelos campos, depois seguiu para as florestas e planalto, e por
último, a região do litoral.
A nossa mais popular bebida, que
é o mate ou chimarrão, é cultura dos índios guaranis. Também se faz presente
nos gaúchos hoje. O chiripa, jacui, faixa na cabeça, Ibicuí, Porongo, bota
garra de potro, ibirapuitã, paçoca de pinhão, pilão, anguera, laço de couro,
rancho de pau a pique barreado, grito do sapucai, fogo de chão, jaguar,guri,
boleadeiras, pampa, pala, palheiro, churrasco, e outros, tudo isso é gaúcho,
legado indígena.
A contribuição dos povos
indígenas na cultura e identidade do gaúcho é, em grande parte, fruto de uma
produção intelectual de seleção de elementos escolhidos meticulosamente durante
um longo processo de construção da história sul-rio-grandense. Nesse processo,
muitos elementos da cultura desses povos foram, de forma voluntária ou não,
esquecidos ou deixados de lado na contribuição identitária do gauchismo.
Existem hoje cerca de 34 mil
indígenas organizados em mais de uma centena de comunidades no RS. A interação
com a população urbana se dá, principalmente, por meio do artesanato, que lhes
permite o acesso à renda. O modo de vida indígena está ligada á própria
sobrevivência sustentável, preservando o meio ambiente para as próximas
gerações.
Em 2007, a declaração das Nações
Unidas sobre os direitos dos Povos Indígenas estabeleceu diretrizes no plano
internacional, como o direito de autonomia e de autodeterminação. Um grande
passo para essas sociedades e a sua forma própria de fazer política, economia e
cultura.
Hay
os que se perdem por perder raízes que não acham mais
Hay
os que se encontram por voltar as fontes dos seus ancestrais
E
as encruzilhadas parecem caminhos a se afastar
Quando
na verdade são pontos de encontro pra quem quer voltar.
(Cenair
Maicá)
Pesquisa de:
Sandra Ferreira/ 1 chinoca do
CTG Sentinelas do Pago.
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