Bento Gonçalves
cumpriu a façanha de fugir de uma das prisões mais “seguras” do período
imperial: o Forte de São Marcelo, também conhecido como Forte do Mar, ou Forte
de Nossa Senhora do Pópulo. A fortaleza fica na Bahia, e a prisão do general
Farroupilha aconteceu após os Farrapos serem pegos em uma emboscada na Ilha do
Fanfa, em Triunfo. De acordo com o historiador e tradicionalista Flávio
Patrício Vargas, os revolucionários entraram em uma verdadeira arapuca naquele
outubro de 1836.
Não se sabe em qual das 11 celas exatamente Bento Gonçalves ficou preso.
Os imperiais souberam
da tentativa de os revolucionários atravessar a Ilha do Fanfa e se posicionaram
com um navio de guerra pelo Guaíba e pelo Jacuí, com as luzes apagadas. Em
apoio havia uma tropa da cavalaria sob o comando de Bento Manoel Ribeiro – o
vira-casaca – para cercar a ilha por terra. A Batalha do Fanfa foi uma das mais
sangrentas da Revolução Farroupilha. “O tiroteio foi intenso. Conta a história
que árvores acima de dois metros de altura foram podadas a bala”.
Com isso, o general
foi preso e encaminhado para o Rio de Janeiro, onde ficou até março de 1837. Lá,
uma tentativa de fuga libertou Onofre Pires e o coronel Corte Real. Pedro
Boticário não conseguiu fugir por ser muito gordo, e Bento Gonçalves desistiu
da fuga em solidariedade. Como retaliação, o líder Farroupilha foi levado à
Bahia, e preso no Forte de São Marcelo, que não tem acesso por terra, somente
pelo mar.
Não se sabe
exatamente qual das 11 celas o abrigou até 10 de setembro, data da fuga. A
única certeza que há, de acordo com o arquiteto e professor de Conservação e
Restauração de Monumentos e Conjuntos Históricos na Universidade Federal da
Bahia, Francisco Senna (Chico), é que o general não ficou na única solitária
existente no conjunto. “Ele foi um preso considerado com boa conduta e, se
tivesse ficado na solitária, não teria condições para fugir”, explica. Isso
porque, a prisão solitária tem o formato parecido ao de um forno de pedra,
capaz de abrigar um adulto sentado. Não tem janelas, nem contato para o lado
externo da prisão, também não há possibilidade de ficar em pé na cela.
A fuga ocorreu com a
ajuda da Maçonaria. Bento nadou cerca de 100 metros até um barco. “A Maçonaria
era contrária ao Império. Então eles apoiavam as revoluções republicanas”,
conta Chico. A partir disso, o general foi levado até a ilha de Itaparica, uma
viagem de cerca de 50 minutos a partir do Forte. Lá, ele se disfarçou de civil
e seguiu até a cidade de Florianópolis, de onde veio a cavalo para o Rio Grande
do Sul. Aqui, logo tomou posse como presidente.
Agora fique com um resumo da historia
contada no vídeo abaixo!
https://www.youtube.com/watch?v=978VkpHWqu0&t=13s&ab_channel=JornalIbi%C3%A1
Pesquisa de:
Fabiana Thomaz
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