quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Lenda da Cobra Grande. ”M’BOI GUAÇU.”

 



Essa lenda, deu-se no Rio Grande do Sul, quando foi erguida em pedra a imponente catedral de São Miguel Arcanjo, o mais belo dos sete povos das missões.

A M'BOI GUAÇU, era uma enorme cobra que, de tão grande, ganhou esse nome e era temida pelos guaranis. Os caciques alertavam que este animal gigantesco, era vigia da natureza, vivia nos matos ao redor da redução de São Miguel, alimentando-se de capivaras, ovelhas e outros animais.

Quando os jesuitas tiveram que abandonar as reduções, por causa da guerra guaranitica, restou um grande numero de mulheres e crianças, que foram se abrigar na redução, que sobreviveu inteira , após a guerra. Na luta entre os índios e militares, muitos campos foram queimados.

Aconteceu porém, que a cobra grande, M'BOI GUAÇU, foi morar na torre de São Miguel, escondendo-se nos desvãos, galerias e túneis que existiam.

Os dias passaram e quando as chamas se aplacaram a cobra grande, tentou sair para caçar, mas ficou pressa, entre a corda, o sino e as paredes de pedra.

Começou a soltar um som, como um grande chiado, um assopro entre os galhos que enlouquecia e paralisava quem ouvia. Nisso uma jovem índia, que a pouco tivera filho, sobe a torre e entrega á criança a cobra. Poucos dias depois o mesmo horrendo ritual volta a acontecer e isso vai se repetindo.

As mães desesperadas não sabem o que aconteceu, sentem a falta das crianças, choram e pedem a Tupã ajuda.

E uma tempestade se armou na região das missões, não se sabe como ou por quê e pela última vez, uma mãe entra em transe e perde em sacrifício seu filho.

Um forte clarão risca o céu e entra torre adentro, um grande estrondo ecoou a seguir, que fez tremer as ruínas de São Miguel, acompanhado do barulho de pedras caindo, o sino do alto da torre baqueia no chão, junto com a cobra, que de tanto comer crianças estourou, manchando as paredes com sua gordura negra.

Conta a lenda, que as manchas escuras que se pecebem na frente das ruinas de São Miguel, até hoje, são a gordura da cobra M'BOI GUAÇU, que escorreu pelas paredes do templo.

Até hoje, além de toda a beleza, religiosidade e histórias que envolve a reduçao de são Miguel, quando chega a tardinha e a noite da seus primeiros sinais, todos percebem a paz de um alivío que  corre na planície, como um nivél de equilibrio.

"Essa lenda foi contada pela primeira vez, por Luiz Carlos Barbosa Lessa,  em seu livro, "O Boi  das Asas de Ouro".




PESQUISA DE :

Sandra Ferreira / 1° chinoca do CTG SENTINELAS DO PAGO.



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