O Hino Rio-Grandense que hoje
cantamos tem a sua história particular e, porque não dizer, peculiar. Porque
muitas controvérsias apresentou, desde
seus tempos de criação até os tempos de então. Oficialmente existe o registro
de três letras para o hino, desde os tempos do Decênio Heróico até aos nossos
dias. Num espaço de tempo de quase um século foram utilizadas três letras
diferentes até que finalmente foi resolvido, por uma comissão abalizada, que
somente um deles deveria figurar como hino oficial.
O primeiro Hino
A história real do Hino, começa com a
tomada da então Vila de Rio Pardo, pelas forças revolucionárias farroupilhas.
Ocasião em que foram aprisionados uma unidade do Exército Imperial, o 2°
Batalhão, inclusive com a sua banda de música. E o mestre desta banda musical,
Joaquim José de Mendanha, mineiro de nascimento que também foi feito
prisioneiro era um músico muito famoso e considerado um grande compositor. Após
a sua prisão ele, Mendanha, teria sido convencido a compor uma peça musical que
homenageasse a vitória das forças farroupilhas, ou seja a brilhante vitória de
30 de abril de 1838, no célebre “Combate de Rio Pardo”.
Mendanha, diante das circunstâncias,
resolveu compor uma música que, segundo alguns autores, era um plágio de uma
valsa de Strauss. A melodia composta por Mendanha era apenas musicada. E o
capitão Serafim José de Alencastre, pertencente as hostes farrapas e que também
era versado em música e poesia, entusiasmado pelos acontecimentos, resolveu
escrever uma letra alusiva à tomada de Rio Pardo.
O segundo Hino
Quase um ano após a tomada de Rio
Pardo, foi composta uma nova letra e que foi cantada como Hino Nacional, o
autor deste hino é desconhecido, oficialmente ele é dado como criação de autor
ignorado. O jornal “O Povo”, considerado o jornal da República Riograndense em
sua edição de 4 de maio de 1839 chamou-o de “o Hino da Nação”.
O terceiro Hino
Após o término do movimento apareceu
uma terceira letra, desta vez com autor conhecido: Francisco Pinto da Fontoura,
vulgo “o Chiquinho da Vovó”. Esta terceira versão foi a que mais caiu no agrado
da alma popular. Um fato que contribui para isto foi que o autor, depois de
pronto este terceiro hino, continuou ensinando aos seus contemporâneos o hino
com sua letra. A letra deste autor é basicamente a mesma adotada como sendo a
oficial até hoje, mas a segunda estrofe, que foi suprimida posteriormente, era
a seguinte:
Entre nós reviva Atenas
Para assombro dos tiranos;
Sejamos gregos na Glória,
E na virtude, romanos.
O Hino Definitivo
1933, ano em que estavam no auge os
preparativos para a “Semana do Centenário da Revolução Farroupilha”. Nesse
momento um grupo de intelectuais resolveu escolher uma das versões para ser a
letra oficial do hino do Rio Grande do Sul.
A partir daí, o Instituto Histórico
contando com a colaboração da Sociedade Rio-Grandense de Educação, fez a
harmonização e a oficialização do hino. O Hino foi então adotado naquele ano de
1934, com a letra total conforme fora escrito pelo autor, no século passado,
caindo em desuso os outros poemas.
No ano de 1966, o Hino foi
oficializado como Hino Farroupilha ou Hino Rio-Grandense, por força da lei 5213
de 05 de janeiro de 1966, quando foi suprimida a segunda estrofe.
HINO RIO-GRANDENSE
LETRA : Francisco
Pinto da Fontoura - (vulgo Chiquinho da Vovó)
MÚSICA: Comendador
Maestro Joaquim José de Mendanha
HARMONIZAÇÃO:
Antônio Corte Real
Como a aurora precursora
do farol da divindade,
foi o Vinte de Setembro
o precursor da liberdade.
Estribilho:
Mostremos valor, constância,
Nesta ímpia e injusta guerra,
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra,
De modelo a toda terra.
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra.
Mas não basta pra ser livre
ser forte, aguerrido e bravo,
povo que não tem virtude
acaba por ser escravo.
Estribilho:
Mostremos valor, constância,
Nesta ímpia e injusta guerra,
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra,
De modelo a toda terra.
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra.
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