O cavalo crioulo, por lei e tradição
é um dos símbolos do Rio Grande do Sul.
Sua origem nos remetem às andanças de Cristovão Colombo,
o qual em sua segunda vinda à América, (1493), – desta vez na América Central,
onde hoje é a República Dominicana, no Caribe – trouxe um bom número de cavalos
e ginetes para facilitar a colonização.
Estes animais se reproduziram
abundantemente e grande parte, se tornou selvagem. Nos Estados Unidos receberam
o nome de: mustangs; no México, os chamavam: mesteños; na América Central e no
Caribe denominavam-se: cimarrones e nos países Platinos e Sul do Brasil eram
chamados de: baguales.
Por quase quatro séculos adquiriram
resistência às diferentes condições climáticas e alimentares, o que os fizeram
fortes, rústicos e resistentes.
Proprietários de cabanhas,
estancieiros, capatazes, peões de estância, tropeiros, e campesinos, entre
outros, sabem a importância do cavalo crioulo para as campereadas, rodeios, uso
no arado, carreiradas, apartação de gado, tiro de laço e variadas
apresentações.
Registre-se por óbvio e oportuno que
o cavalo crioulo participou de grandes batalhas em várias conflagrações a mais
notável delas, a Revolução Farroupilha conhecida como a guerra dos homens e
cavalos bravos.
Os espanhóis introduziram o cavalo no
Chile, Peru, Países da Prata: Uruguai, Paraguai, Argentina e também no Rio
Grande do Sul.
Com o surgimento em 1932 da
Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos – ABCCC, a raça foi
otimizada, com aperfeiçoamento genético e técnicas de criação, manejo e seleção
dos animais.
A Televisão passou a transmitir
grandes eventos como a Prova Freio de Ouro, dando grande destaque à raça,
visibilidade aos ginetes, e estimulando a seleção de animais que melhor
apresentem: beleza, funcionalidade, resistência, boa índole e temperamento.
No Brasil, as pelagens principais
são: gateada, rosilha, moura, tordilha, zaina, alazã, além das malhadas:
tobiana e oveira.
O cavalo crioulo é rústico por
natureza, mas quando bem domado se torna dócil e funcional para um sem número
de atividades. Primeiro vem à doma, depois o treinamento com galopes
intermitentes, trotes, e, elegância no passo; a seguir a fase de competições.
Há anos foi introduzido em hipismo
com excelente aproveitamento esportivo.
Convém lembrar que a arvore
genealógica do cavalo crioulo inicia-se com as raças: andaluz e rocine, de
notável valentia e resistência, qualidades que motivaram dos espanhóis a
trazê-los para o hemisfério Sul.
O cavalo crioulo é reconhecido
mundialmente por está no topo do ranking nas mais famosas provas e competições
esportivas.
No início do século XX, o estancieiro
argentino Dr. Emilio Solanet, observou que os cavalos crioulos resultantes dos
intensos cruzamentos com variadas raças estavam desnaturados e quase em
extinção.
Notou o quanto eram fortes,
resistentes e incansáveis os cavalos dos índios na Patagônia; perguntou o motivo,
eles responderam: Gateado morre antes de cansar-se.
Dom Emilio, concluiu se tratar da
mais pura raça crioula, sem cruzamentos exóticos, obtida pela seleção natural,
então, escolheu e comprou do cacique Tehuelche, 84 animais – maioria de
reprodutores – e os levou para sua Estância: El Cardal.
Em 1920, Dom Emilio, pediu à
Sociedade Rural Argentina o reconhecimento oficial da raça, que só concedeu em
1922.
Atualmente, todos os cavalos crioulos
registrados na Argentina e o Rio Grande do sul são descendentes daquele lote.
No Brasil a raça crioula é uma das
que mais crescem, gerando receitas e inúmeros empregos.
Para não me alongar, visto que o tema
é muito instigante, registro o seguinte.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE
DO SUL, faz saber que a Assembleia Legislativa aprovou e eu sanciono e promulgo
a Lei Nº 11.826, DE 26 DE AGOSTO DE 2002.
Art. 1º Fica incluído o Cavalo Crioulo
como animal-símbolo do Estado do Rio Grande do Sul.
Faz sentido a canção dos Monarcas:
“Um gaúcho sem cavalo é
um arreio sem estribo, é igual a um pajé
solito Sentindo a falta da tribo.
Quem sou eu sem meu
cavalo ,O que será dele sem mim Talvez
dois seres perdidos
A vagar pelo capim.”
Pesquisa de:
Fabiana
Thomaz
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