quinta-feira, 15 de abril de 2021

Contexto histórico da Revolução Farroupilha.



Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos, nomes pelos quais ficou conhecida a revolução contra o governo imperial na então Província de São Pedro do Rio Grande do Sul. Os revoltosos criaram a República Rio-Grandense. A revolta estendeu-se de 1835 a 1845.

 

CAUSAS:

O Rio Grande do Sul era uma província que possuía uma grande quantidade de estancieiros e charqueadores, os quais criavam gado e produziam charque. No início da década de 30, o governo aliou a cobrança de uma taxa extorsiva sobre o charque. Ao mesmo tempo aumentou a taxa de importação do sal, insumo básico para a fabricação do produto.

 

Os estancieiros reclamavam que a província era tratada como a estalagem do império, servia apensa para guarnecer as fronteiras contra a cobiça espanhola.

 

A HISTÓRIA.

A invasão começou na noite de 19 de setembro de 1835, quando José Gomes Vasconcelos Jardim e Onofre Pires acamparam com cerca de 200 cavaleiros nas cercanias da cidade. Na mesma noite, travou-se um rápido combate sobre a Ponte da Azenha, o então presidente da província, Antônio Rodrigues Fernandes Braga, fugiu de barco para Rio Grande. No dia 20 de setembro, assinala o início da revolução com a tomada de Porto Alegre.

 

Em 9 de setembro de 1836, os farrapos, comandados pelo general Netto, impuseram uma violenta derrota ao Exército Imperial, no Arroio Seival, próximo a Bagé. Neste dia os chefes farroupilhas decidiram pela proclamação da República Rio-Grandense, o que ocorreu no dia 11, Bento Gonçalves foi proclamado presidente. O movimento passava ao nível separatista. Em 1º de outubro do mesmo ano, porém, Bento é derrotado e preso pelos imperiais no combate da Ilha de Fanfa.

 

Nos anos seguintes, os confrontos se alongaram e os farrapos ganharam o apoio de duas novas lideranças revolucionárias, o brasileiro David Canabarro e o italiano Giuseppe Garibaldi. Em julho de 1839, estes bravos combatentes partiram em direção de Santa Catarina, onde conquistaram a cidade de Laguna e proclamaram a chamada República Juliana.

 

Principais enfrentamentos da guerra, por ordem cronológica:

 

*Seival (10/09/1836), Campo dos Meneses, hoje município de Candiota RS.

*Fanfa (04/10/1836), Triunfo RS.

*Rio Pardo (30/04/1837).

*Laguna  - foram dois combates, 22/07/1839, os farrapos tomaram a cidade. E 15/11/1839, a reconquista pelas forças imperiais.

*Taquari (03/05/1840).

*São José do Norte (16/06/1840).

*Ponche Verde (26/05/1843). Estância de Manuel Vieira da Cunha. Hoje município de Dom Pedrito.

*Porongos  (14/11/1844). Cerro dos Porongos, hoje município de Pinheiro Machado.

 

Revolta essa conhecida como MASSACRE DOS PORONGOS, emboscada que vitimou mais de cem soldados negros.

 Em 1842, o governo designou o Barão de Caxias para o comando das tropas imperiais. Após serem derrotados na batalha dos Porongos, os farrapos começaram as negociações de paz. Em março de 1845, o tratado de Ponche Verde garantiu os interesses dos revolucionários gaúchos.

 

Linha do tempo:

 

1835:

 

18/09 – Reunião, decide pelo início da revolta.

19/09 – Gomes Jardim e Onofre Pires comandam uma força de 200 rebeldes, enfrentam os legalistas na Ponte da Azenha.

20/09 – Os revoltosos entram em Porto Alegre, o presidente da Província, Antônio Fernandes Braga, foge para Rio Grande.

21/09 – Bento Gonçalves chega a Capital.

08/10 – Os farroupilhas ocupam Piratini.

 

1836:

 

09/04 – O capitão Francisco Pinto Bandeira surpreende os farroupilhas em Torres, derrotando-os.

22/04 – Onofre Pires derrota os legalistas em Mostardas, ordena fuzilamento dos prisioneiros.

12/06 – Bento Gonçalves derrota em Arroio dos Ratos, uma tropa de Bento Manuel, que consegue fugir.

15/06 – Depois de várias tentativas, Porto Alegre é retomada pelos imperiais.

10/09 – Combate do Seival.

11/09 – O general Netto proclama a República Rio-Grandense.

04/10 – Combate da Ilha do Fanfa. Bento é preso.

06/11 – Instala-se em Piratini, escolhida capital, o primeiro governo republicano. Apesar de preso, Bento Gonçalves é eleito presidente, e o cargo fica temporariamente com Gomes Jardim.

 

1837:

 

15/05 – Forças farrapas comandadas por general Netto, cercam Porto Alegre, mas não conseguem tomar a Capital.

02/07 – Acontece o combate de Ivaí, 50 legalistas são mortos.

12/08 – General Neto conquista Triunfo.

10/09 – Bento Gonçalves foge da fortaleza que estava preso na Bahia, e volta à província.

10/11 – Bento reassume o comando rebelde e se junta as tropas que cercam Porto Alegre.

16/12 – Bento Gonçalves reassume a Presidência da República Rio-Grandense.

 

1838:

 

31/03 – O governador Elzeário tenta vencer os rebeldes em Viamão.

07/04 – Farroupilhas conquistam Caçapava do Sul.

30/04 – Batalha do Barro Vermelho, os farrapos tomam Rio Pardo.

20/05 – o italiano Giuseppe Garibaldi da início à construção de dois lanchões no estaleiro farrapo, montado às margens do Rio Camaquã.

29/08 – Bento Gonçalves lança seu manifesto em Piratini.

 

1839:

 

14/02 – O governo rebelde é transferido para Caçapava, que passa a ser a nova capital da República Riograndense.

10/03 – Farrapos invadem Lages.

13/04 – Greenfeld ataca o estaleiro farroupilha em Camaquã.

14/04 – Combate do Faxinal.

06/06 – Começa a travessia dos lanchões Rio Pardo e Seival, da Lagoa dos Patos até Tramandaí. Parte do trajeto é feito por terra, e as embarcações são puxadas por juntas de boi.

22/07 – Laguna é tomada pelos farroupilhas.

29/07 – É proclamada a República Juliana, em Laguna, Santa Catarina.

21/08 – A base naval farroupilha em Camaquã é destruída.

15/11 – Laguna é retomada pelos legalistas, é o fim da República Juliana.

 

1840:

 

12/01 – A tropa de Teixeira Nunes é dizimada pelos imperiais.

10/02 – É convocada pelos farroupilhas uma Assembleia Constituinte e Legislativa.

03/03 – Manuel Jorge e sua tropa atacam Viamão.

22/03 – A capital da República Rio-Grandense é transferida de Caçapava para Alegrete.

03/05 – Batalha do Taquari, farrapos e legalistas proclamam-se vitoriosos.

16/07 – Os farrapos são derrotados em São José do Norte.

 

1841:

 

19/10 – Apesar do cerco de quase quatro anos, Porto Alegre permanece inacessível aos farroupilhas, e por isso recebe o título de “Leal e Valorosa”.

28/12 – Assinado tratado de ajuda mútua entre República Rio-Grandense e a República Oriental do Uruguai.

 

1842:

 

20/01 – Bento Gonçalves e 300 homens, atacam uma tropa de Chico Pedro, mas são derrotados.

27/06 – Forças imperiais atacam Piratini.

09/11 – O Barão de Caxias assume como presidente da Província de São Pedro e comandante das armas.

01/12 – Abertura da Assembleia Constituinte e Legislativa Farroupilha, em Alegrete.

 

1843:

 

11/01 – O barão de Caxias marcha para os campos de batalha.

19/02 – Souza Neto e Canabarro reúnem suas forças no Passo do Rosário.

26/05 – Combate de Ponche Verde.

04/08 – Bento Gonçalves renuncia a presidência, assume Gomes Jardim.

 

1844:

 

27/02 – Duelo entre Bento Gonçalves e Onofre Pires, que morre quatro dias depois em consequências dos ferimentos.

14/11 – De surpresa, os farrapos são atacados e derrotados no combate de Porongos.

07/12 – Ataque de Davi Canabarro a Encruzilhada do Sul.

 

1845:

 

28/02 – É assinado o acordo de paz entre farroupilhas e imperiais em Ponche Verde. David Canabarro, comandante do exército republicano, proclama o fim do conflito.

01/03 – O Barão de Caxias, Luís Alves de Lima e Silva anuncia a PACIFICAÇÃO.

 

O tratado de Poncho Verde, assinado em 1 de março de 1845, determinou o seguinte:

 

*Os farrapos teriam direito de nomear o seu próprio presidente de província.

*Todos os rebeldes seriam perdoados.

*As dívidas contraídas pelos farrapos nos dez anos de conflito seriam pagas pelo governo.

*Os escravos que lutaram pelos farrapos seriam alforriados.

*Os oficiais militares dos farrapos fariam parte do Exército imperial e manteriam suas patentes.

*O charque estrangeiro seria taxado em 25%.


Líderes da Revolução Farroupilha, que se destacaram.


*Bento Gonçalves: filho de ricos fazendeiros, era militar, e foi nomeado presidente da República Rio-grandense.

*David Canabarro: militar, foi um dos que proclamaram a República Juliana, em 1840.

*Giuseppe Garibaldi: italiano, conhecido por seu envolvimento com revoluções aqui no Brasil e na Europa.

*Antônio de Souza Neto: grande líder militar, participou diretamente da República Rio-Grandense, em 1836.

 

“A mais autêntica homenagem que se pode prestar aos grandes vultos da Pátria é manter viva a lembrança de seus feitos, interpretar os acontecimentos de que participaram e recolher os dignos exemplos que nos legaram”.

 

 

Pesquisa de:

Sandra Ferreira / 1 chinoca do CTG Sentinelas do Pago.

 

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