Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos, nomes pelos
quais ficou conhecida a revolução contra o governo imperial na então Província
de São Pedro do Rio Grande do Sul. Os revoltosos criaram a República
Rio-Grandense. A revolta estendeu-se de 1835 a 1845.
CAUSAS:
O Rio Grande do Sul era uma província que possuía uma grande
quantidade de estancieiros e charqueadores, os quais criavam gado e produziam
charque. No início da década de 30, o governo aliou a cobrança de uma taxa
extorsiva sobre o charque. Ao mesmo tempo aumentou a taxa de importação do sal,
insumo básico para a fabricação do produto.
Os estancieiros reclamavam que a província era tratada como a
estalagem do império, servia apensa para guarnecer as fronteiras contra a
cobiça espanhola.
A HISTÓRIA.
A invasão começou na noite de 19 de setembro de 1835, quando
José Gomes Vasconcelos Jardim e Onofre Pires acamparam com cerca de 200
cavaleiros nas cercanias da cidade. Na mesma noite, travou-se um rápido combate
sobre a Ponte da Azenha, o então presidente da província, Antônio Rodrigues
Fernandes Braga, fugiu de barco para Rio Grande. No dia 20 de setembro,
assinala o início da revolução com a tomada de Porto Alegre.
Em 9 de setembro de 1836, os farrapos, comandados pelo general
Netto, impuseram uma violenta derrota ao Exército Imperial, no Arroio Seival,
próximo a Bagé. Neste dia os chefes farroupilhas decidiram pela proclamação da
República Rio-Grandense, o que ocorreu no dia 11, Bento Gonçalves foi
proclamado presidente. O movimento passava ao nível separatista. Em 1º de
outubro do mesmo ano, porém, Bento é derrotado e preso pelos imperiais no
combate da Ilha de Fanfa.
Nos anos seguintes, os confrontos se alongaram e os farrapos
ganharam o apoio de duas novas lideranças revolucionárias, o brasileiro David
Canabarro e o italiano Giuseppe Garibaldi. Em julho de 1839, estes bravos
combatentes partiram em direção de Santa Catarina, onde conquistaram a cidade
de Laguna e proclamaram a chamada República Juliana.
Principais enfrentamentos da guerra, por ordem cronológica:
*Seival (10/09/1836), Campo dos Meneses, hoje município de Candiota RS.
*Fanfa (04/10/1836), Triunfo RS.
*Rio Pardo (30/04/1837).
*Laguna - foram dois combates, 22/07/1839, os farrapos tomaram a cidade. E 15/11/1839, a reconquista pelas forças imperiais.
*Taquari (03/05/1840).
*São José do Norte (16/06/1840).
*Ponche Verde (26/05/1843). Estância de Manuel Vieira da Cunha. Hoje município de Dom Pedrito.
*Porongos (14/11/1844). Cerro dos Porongos, hoje município de Pinheiro Machado.
Revolta essa
conhecida como MASSACRE DOS PORONGOS, emboscada que vitimou mais de cem
soldados negros.
Linha do tempo:
1835:
18/09 – Reunião, decide pelo início
da revolta.
19/09 – Gomes Jardim e Onofre Pires
comandam uma força de 200 rebeldes, enfrentam os legalistas na Ponte da Azenha.
20/09 – Os revoltosos entram em
Porto Alegre, o presidente da Província, Antônio Fernandes Braga, foge para Rio
Grande.
21/09 – Bento Gonçalves chega a
Capital.
08/10 – Os farroupilhas ocupam
Piratini.
1836:
09/04 – O capitão Francisco Pinto
Bandeira surpreende os farroupilhas em Torres, derrotando-os.
22/04 – Onofre Pires derrota os
legalistas em Mostardas, ordena fuzilamento dos prisioneiros.
12/06 – Bento Gonçalves derrota em
Arroio dos Ratos, uma tropa de Bento Manuel, que consegue fugir.
15/06 – Depois de várias tentativas,
Porto Alegre é retomada pelos imperiais.
10/09 – Combate do Seival.
11/09 – O general Netto proclama a
República Rio-Grandense.
04/10 – Combate da Ilha do Fanfa.
Bento é preso.
06/11 – Instala-se em Piratini,
escolhida capital, o primeiro governo republicano. Apesar de preso, Bento
Gonçalves é eleito presidente, e o cargo fica temporariamente com Gomes Jardim.
1837:
15/05 – Forças farrapas comandadas
por general Netto, cercam Porto Alegre, mas não conseguem tomar a Capital.
02/07 – Acontece o combate de Ivaí,
50 legalistas são mortos.
12/08 – General Neto conquista
Triunfo.
10/09 – Bento Gonçalves foge da
fortaleza que estava preso na Bahia, e volta à província.
10/11 – Bento reassume o comando
rebelde e se junta as tropas que cercam Porto Alegre.
16/12 – Bento Gonçalves reassume a
Presidência da República Rio-Grandense.
1838:
31/03 – O governador Elzeário tenta
vencer os rebeldes em Viamão.
07/04 – Farroupilhas conquistam Caçapava
do Sul.
30/04 – Batalha do Barro Vermelho,
os farrapos tomam Rio Pardo.
20/05 – o italiano Giuseppe
Garibaldi da início à construção de dois lanchões no estaleiro farrapo, montado
às margens do Rio Camaquã.
29/08 – Bento Gonçalves lança seu
manifesto em Piratini.
1839:
14/02 – O governo rebelde é
transferido para Caçapava, que passa a ser a nova capital da República
Riograndense.
10/03 – Farrapos invadem Lages.
13/04 – Greenfeld ataca o estaleiro
farroupilha em Camaquã.
14/04 – Combate do Faxinal.
06/06 – Começa a travessia dos
lanchões Rio Pardo e Seival, da Lagoa dos Patos até Tramandaí. Parte do trajeto
é feito por terra, e as embarcações são puxadas por juntas de boi.
22/07 – Laguna é tomada pelos
farroupilhas.
29/07 – É proclamada a República
Juliana, em Laguna, Santa Catarina.
21/08 – A base naval farroupilha em
Camaquã é destruída.
15/11 – Laguna é retomada pelos
legalistas, é o fim da República Juliana.
1840:
12/01 – A tropa de Teixeira Nunes é
dizimada pelos imperiais.
10/02 – É convocada pelos
farroupilhas uma Assembleia Constituinte e Legislativa.
03/03 – Manuel Jorge e sua tropa
atacam Viamão.
22/03 – A capital da República
Rio-Grandense é transferida de Caçapava para Alegrete.
03/05 – Batalha do Taquari, farrapos
e legalistas proclamam-se vitoriosos.
16/07 – Os farrapos são derrotados
em São José do Norte.
1841:
19/10 – Apesar do cerco de quase
quatro anos, Porto Alegre permanece inacessível aos farroupilhas, e por isso
recebe o título de “Leal e Valorosa”.
28/12 – Assinado tratado de ajuda
mútua entre República Rio-Grandense e a República Oriental do Uruguai.
1842:
20/01 – Bento Gonçalves e 300
homens, atacam uma tropa de Chico Pedro, mas são derrotados.
27/06 – Forças imperiais atacam
Piratini.
09/11 – O Barão de Caxias assume
como presidente da Província de São Pedro e comandante das armas.
01/12 – Abertura da Assembleia
Constituinte e Legislativa Farroupilha, em Alegrete.
1843:
11/01 – O barão de Caxias marcha
para os campos de batalha.
19/02 – Souza Neto e Canabarro reúnem
suas forças no Passo do Rosário.
26/05 – Combate de Ponche Verde.
04/08 – Bento Gonçalves renuncia a
presidência, assume Gomes Jardim.
1844:
27/02 – Duelo entre Bento Gonçalves
e Onofre Pires, que morre quatro dias depois em consequências dos ferimentos.
14/11 – De surpresa, os farrapos são
atacados e derrotados no combate de Porongos.
07/12 – Ataque de Davi Canabarro a
Encruzilhada do Sul.
1845:
28/02 – É assinado o acordo de paz
entre farroupilhas e imperiais em Ponche Verde. David Canabarro, comandante do
exército republicano, proclama o fim do conflito.
01/03 – O Barão de Caxias, Luís
Alves de Lima e Silva anuncia a PACIFICAÇÃO.
O tratado de
Poncho Verde, assinado em 1 de março de 1845, determinou o seguinte:
*Os farrapos teriam direito de
nomear o seu próprio presidente de província.
*Todos os rebeldes seriam perdoados.
*As dívidas contraídas pelos
farrapos nos dez anos de conflito seriam pagas pelo governo.
*Os escravos que lutaram pelos
farrapos seriam alforriados.
*Os oficiais militares dos farrapos
fariam parte do Exército imperial e manteriam suas patentes.
*O charque estrangeiro seria taxado
em 25%.
Líderes da Revolução Farroupilha, que se destacaram.
*Bento Gonçalves: filho de ricos fazendeiros, era militar, e foi nomeado presidente da República Rio-grandense.
*David Canabarro: militar, foi um
dos que proclamaram a República Juliana, em 1840.
*Giuseppe Garibaldi: italiano,
conhecido por seu envolvimento com revoluções aqui no Brasil e na Europa.
*Antônio de Souza Neto: grande líder
militar, participou diretamente da República Rio-Grandense, em 1836.
“A mais autêntica homenagem que se pode
prestar aos grandes vultos da Pátria é manter viva a lembrança de seus feitos,
interpretar os acontecimentos de que participaram e recolher os dignos exemplos
que nos legaram”.
Pesquisa de:
Sandra Ferreira / 1 chinoca do CTG
Sentinelas do Pago.
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