quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Poesia - Tropa de Sonhos


Autor:  Iberê Machado


Madrugadita, vou de-a-cusco e de-a-cavalo

Cortando campos nevoentos de umidade.

Tropeio sonhos bons e, ao léu, espanto os malos

Deste meu peito, parador de mil saudades.

 

E esta pontinha de bons sonhos que tropeio

Me impõe cuidados por valiosa, embora chica.

Sobrevivente, ela é o florão dos meus anseios

Na longa ronda por quem parte, de quem fica.

 

E, todavia, pode ser que, um dia desses,

Revele a vida um rincão pra que estes sonhos

Deixem de ser arteiros quais guris medonhos

E me permitam envelhecer dignamente.

 

Então é certo: -Vou soltar os meus cavalos!

Nas alpargatas buscarei o meu sossego.

Dos meus arreios prá cadeira num pelego

Para estes sonhos, um por um, eu ressonhá-los.

 


 

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