Autor:
Iberê Machado
Madrugadita, vou
de-a-cusco e de-a-cavalo
Cortando campos
nevoentos de umidade.
Tropeio sonhos bons
e, ao léu, espanto os malos
Deste meu peito,
parador de mil saudades.
E esta pontinha de
bons sonhos que tropeio
Me impõe cuidados por
valiosa, embora chica.
Sobrevivente, ela é o
florão dos meus anseios
Na longa ronda por
quem parte, de quem fica.
E, todavia, pode ser
que, um dia desses,
Revele a vida um
rincão pra que estes sonhos
Deixem de ser
arteiros quais guris medonhos
E me permitam
envelhecer dignamente.
Então é certo: -Vou
soltar os meus cavalos!
Nas alpargatas
buscarei o meu sossego.
Dos meus arreios prá
cadeira num pelego
Para estes sonhos, um
por um, eu ressonhá-los.
Nenhum comentário:
Postar um comentário