O Combate da Ponte da Azenha foi o combate inicial da
Revolução Farroupilha, ocorrido na noite de 19 para 20 de setembro de 1835. Foi
marcado por dar espaço à Tomada de Porto Alegre pelos farroupilhas no dia
seguinte.
História
Na noite de 18 de
setembro de 1835, em uma reunião onde estavam presentes José Mariano de Mattos
(político separatista), Gomes Jardim (primo de Bento e futuro presidente da
República Rio-Grandense), Vicente da Fontoura (liberal anti-separatista), Pedro
Boticário (fervoroso farroupilha), Paulino da Fontoura (político e irmão de
Vicente da Fontoura), Antônio de Sousa Neto (imperialista na época, mas que já
simpatizava com os ideais republicanos) e Domingos José de Almeida (político
separatista e administrador no futuro governo farroupilha), decidiu-se por
unanimidade que dentro de dois dias, no dia 20 de setembro de 1835, tomariam
militarmente Porto Alegre e destituiriam o presidente provincial Antônio
Rodrigues Fernandes Braga. Em várias cidades do interior as milícias foram
alertadas para deflagrarem a revolta. Bento Gonçalves comandava uma tropa
reunida em Pedras Brancas, hoje cidade de Guaíba. Gomes Jardim e o Coronel Onofre Pires, à
frente de 200 cavaleiros, concentravam-se na região de Viamão e dirigiram-se à
cidade de Porto Alegre, estacionando em 19 de setembro de 1835 perto do bairro
da Azenha.
Cientificado do fato,
o Presidente da Província Antônio Rodrigues Fernandes Braga mandou que se
armassem a Guarda Municipal Permanente, o Piquete de Cavalaria de primeira
linha (cerca de 70 homens) e a Companhia de Guardas Nacionais a cavalo. Como
dispunha de pouca força na capital, apelou a todos os cidadãos para que se
reunissem, armados, conseguindo juntar
um contingente de cerca de 270 homens. Para coordenar as forças legais nomeou o
Brigadeiro Gaspar Mena Barreto, pois o Comandante das Armas, Marechal Sebastião
Barreto Pereira Pinto, estava ausente. Foram logo guarnecidos três pontos
considerados importantes: o Palácio do Governo, o quartel da Guarda Municipal e
o Trem de Guerra (arsenal)
Na noite de 19 para
20 de setembro, Braga enviou um piquete a cavalo para o reconhecimento do
dispositivo revolucionário. Com um contingente de 20 homens da Companhia de
Guarda Nacional, sob o comando do Major José Egídio Gordilho Barbuda, segundo
Visconde de Camamu, que se oferecera espontaneamente para a missão. Os revolucionários, porém, já haviam deixado
bombeadores (vigias) junto à ponte da Azenha. Camamu não possuía experiência de
combate, particularmente em operações noturnas, e contava com tropas de
voluntários. Ao primeiro sinal de alerta dos farroupilhas, o grupo avançado, liderado
pelo Visconde, disparou suas armas e retraiu rapidamente, supondo tratar-se de
uma forte reação dos revoltosos, provocando uma debandada geral que levou o
pânico aos governistas de Porto Alegre. O piquete farroupilha, com sete homens,
vendo-os fugir espavoridos, perseguiu-os, matando um e ferindo quatro, entre
eles Camamu.
Resultado
No dia seguinte, os
revolucionários adentraram na cidade sem encontrar oposição. O Corpo de
Permanentes aderiu logo ao movimento, com exceção do comandante, do
subcomandante, de um cabo, de um soldado e de um corneteiro. O Presidente da Província, sentindo-se
desprotegido, refugiou-se primeiro no Arsenal de Guerra e depois na escuna
Rio-grandense,
viajando na mesma noite para a cidade de Rio Grande.
Quase sem luta, a não
ser ligeiras escaramuças, os revolucionários acertaram seu controle absoluto da
capital, obtendo também muita adesão no interior da província. A Câmara Municipal, convocada
extraordinariamente por Bento Gonçalves a 21 de setembro, deu posse ao Dr.
Marciano Pereira Ribeiro, que era o quarto na ordem geral de precedência dos
Vice-Presidentes da Província.
Pesquisa de:
Fabiana Thomaz
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