quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

POESIA - Senhor dos Descaminhos


Autor: Fernando Araujo

 

Mesmo que a chuva caia

alagando os caminhos, os campos

e os banhadais,

que o vento sopre

fazendo as árvores

vergarem com sua força,

e o tempo passe trazendo a idade,

o cansaço e a solidão,

meu sentimento jamais mudará.


 

Larguei o rancho cedito

Com sede de liberdade;

Eu era um pássaro voando solito,

a juventude brotando dentro de mim

sempre seguindo em busca de alguma coisa imprecisa,

 sonho ou realidade?


 

Quando maio chegou,

trazendo os seus ímpetos de aurora

e com ele o furor da estação,

que fica com a gente,

que gruda na gente,

e nunca, nunca mais vai embora.

Tudo começa com o vento

varando caminhos

recorrendo lugares

levando rumores

para então... chegar!


 

Primeiro: amigo

com todo a inocência do ser,

depois irmão:

proteção, carinho e amor.

Agora parceiro para todas as horas.


 

 O tempo,

senhor dos descaminhos

acaba quebrando o elo

mesmo que por pouco tempo...

Se vai o pássaro sozinho

Longe do ninho e mui só.


 

Quando chegou agosto

Trazendo o minuano,

a geada branqueando a pampa

metendo medo na gente

gelando a nossa alma,

meu coração estava aquecido,

pois se uma árvore verga

com a ventania

e agüenta o tirão,

nada pode resistir

ao sentimento tão profundamente

enraizado dentro do coração.


 

 Quando a aurora dos meus cansaços

um dia chegar

trazendo as agruras do tempo

e apagar as tristeza,

os desencontros e a solidão ,

quero você ao meu lado,

para poder enfim pousar no ninho

e dizer tudo

que tenho guardado dentro de mim.


 

Quisera eu, um dia

poder morrer ao teu lado.

E no calor dos teus braços

enfim encontrar a paz

que tanto busquei

                e que um dia hei de encontrar.


 

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