Ser Missioneiro é uma
Missão, Aparício Silva Rillo nos deixou um legado de arte, cultura e projetos
que protegem nossas tradições. Um verdadeiro exemplo do Espírito Missioneiro.
(Porto Alegre, 8 de agosto de 1931 - São Borja, 23 de junho de 1995)
Filho do
engenheiro-agrônomo e zootecnista Marciano de Oliveíra Rillo e de Lélia Sílva
Rillo - o pai natural de Uruguaiana e a mãe de Guaíba, nasceu a 8 de agosto de
1931, Em Porto Alegre. Apparicio completou seu curso primário com pouco mais de
dez anos. Em Capela de Sant'Anna o poeta cumpriu o que chama sua
"iniciação" em costumes campeiros. Além dos trabalhos agrícolas de
rotina, havia um posto de remonta com um plantel de vacas mansas e dezenas de
cavalos para o serviço.
Desse contato com os
hábitos campeiros comuns aos homens que trabalhavam no Posto de Sementes, das
conversas com os peões encarregados das tarefas diárias, nasceu-lhe o gosto,
que já vinha de berço (o pai era filho de estancieiro), pelos costumes mais
autênticos da vida rural gaúcha.
Porto Alegre e sua
vida agitada se tornara pesada ao poeta. Noivo de Suzy Maciel de Araújo - com
quem viria a casar-se em maio de 1954. Soube, então, de uma vaga como
contabilista num distrito rural de São Borja, a seiscentos quilômetros de Porto
Alegre. No caso, um grande empório comercial situado na vila Nhu-Porã (Campo
Lindo, em guarani).
Chegando em Nhu Porã,
conheceu Cláudio Oirandi Rodrigues, que foi seu grande amigo e uma fonte de
inspiração. Idealizou e auxiliou na
construção da Igreja de Nossa Senhora de Fátima. Fundou o CTG Sete Povos das
Missões, hoje Valdemar Teixeira. Realizou grandes bailes que atraiam a
comunidade de São Borja para a vila.
Durante seu período
de residência na vila, foi um grande pesquisador da cultura e do folclore da
região. Escreveu e encenou a peça “Domingo no Bolicho”, contando exclusivamente
com atores locais, que foi apresentada no Cinema Municipal em São Borja.
O Movimento
Tradicionalista, eclodido em 1947, estava em ponto de ebulição e Silva Rillo,
que continuava publicando seus poemas - agora no gênero regionalista - na
imprensa de Porto Alegre, se alteava, ao lado de Jayme Caetano Braun e Glaucus
Saraiva, como uma das grandes vozes de exaltarão à tradição, que renascia como
culto.
A partir da criação
dos Angüeras inicia-se uma parceria com Zé Bicca em composições musicais.
Também tendo como base os Angüeras, Apparício Silva Rillo idealizou o Museu
Ergológico da Estância. Com o apoio do grupo e da administração municipal,
Rillo, que em suas pesquisas já havia reunido uma grande quantidade de peças
relacionadas às antigas estâncias, pode enriquecer esse acervo.
Sobre
Nesta época, foi um
dos responsáveis pela criação do Brasão, Bandeira e Hino de São Borja.
Organizou as atividades da comemoração do Tricentenário do município, que
duraram cerca de 1 mês. Idealizou e organizou o Festival Clarim. Durante a sua
passagem pela administração municipal, participou da reativação da Biblioteca
Pública Municipal e do Carnaval de Rua de São Borja, na Praça XV, com concurso
de fantasias e desfile. Pesquisou e fez reviver a procissão de São João
Batista, festa profana de tradição familiar, entre outras obras em São Borja.
São conhecidas de sua
autoria, 40 obras, entre elas poesias, prosa, peças de teatro, novelas, teses,
monografias, antologias, além de folclore e história. Escreveu diversas músicas em parceria com
Luís Carlos Borges e Mario Barbará. Faleceu em 1995, deixando um incrível
legado. Um dos mais importantes conhecedores do regionalismo no Estado.
Fique com uma linda
poesia desse grande poeta
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