“Herói de dois
mundos.”
Nascido em 04 de julho de 1807, em Nizza, atual Nice,
pertencia ao reino da Sardenha, Itália, (atualmente francesa), com o nome de
Joseph Marie Garibaldi. Filho de Domenico Garibaldi, que era proprietário de
uma tartana, chamada Santa Raparata, e de Rosa Raimondi, sendo o segundo filho,
de uma sequência de seis filhos. Seu irmão mais velho, Angelo, se tornou cônsul
nos Estados Unidos, Michele foi capitã na Marinha, Felice era representante de
uma companhia de navegação, Elisabetta e Maria, faleceram ainda crianças.
Não existem muitos relatos sobre sua infância, mas sabe-se
que ele nunca foi adepto aos estudos,
preferia a vida de diversão.
Deixou a casa dos pais, com apenas 13 anos, e se entusiasmou
pelas ideias revolucionárias.
Passou anos de sua vida, a bordo de navios, onde chegou
obter licença de capitão.
Em 1833, quando comandava um carregamento de laranjas, em
Taganrog, na Rússia, conheceu Giovanni B. Cuneo, que o ajudou entrar no
movimento Jovem Itália, de Giuseppe Mazzini, movimento que visava libertar o
país do domínio de estrangeiros. Nesta época tinha cerca de vinte anos de
idade.
No mesmo ano participou de um fracassado levante em Gênova,
a corte genovesa condenou-o a morte. Mas ele conseguiu fugir para Marselha, e
em seguida, no ano de 1835, fugiu para Tunísia, partindo depois para o Rio de
Janeiro em 1835. Teve conhecimento do movimento republicano, chefiado por Bento
Gonçalves da Silva, conheceu Luigi Rossetti e Bento Gonçalves, Garibaldi apoiou
a causa e decidiu se unir a revolução Farroupilha.
Em setembro de 1838, Garibaldi foi nomeado capitão tenente,
comandante da marinha farroupilha. Na viagem para o sul, foi capturado pela
polícia marítima Uruguaia, sendo preso e torturado, mas conseguiu fugir e
chegar ao Rio Grande do Sul, lá junto aos chamados Farrapos, ele foi uma figura
de grande importância, seu nome é forte sempre que se fala na Revolução
Farroupilha ou Guerra dos Farrapos.
Juntamente com o general Davi Canabarro, tomou o porto de
Laguna, em Santa Catarina, onde proclamaram a República Juliana.
Garibaldi e Anita.
Em Laguna, no Morro da Barra Garibaldi conheceu Ana Maria de
Jesus Ribeiro, mulher que largou tudo, inclusive o marido, ela se tornou sua
companheira de lutas na América do Sul e na Itália. Entrou para a história com
o nome de Anita Garibaldi. Tiveram seu primeiro filho, Menotti, que nasceu em
Mostardas, no litoral do estado do Rio Grande do Sul.
Bento Gonçalves liberou Garibaldi de suas funções e o
presenteou com 900 cabeças de gado. Ele partiu junto com Anita e seu filho para
Montevidéu, chegando lá em junho de 1841 com apenas 300 cabeças, após terem
caminhado por 600 quilômetros.
“Na América eu servi – e
servi sinceramente – a causa dos povos.
Assim fui adversário do Absolutismo.”
“Eu vi corpos de tropas mais
numerosas, batalhas mais disputadas, mas nunca vi, em nenhuma parte, homens
mais valentes, nem cavaleiros mais brilhantes que o da bela cavalaria
rio-grandense, que sustentaram por mais de nove anos a luta contra um poderoso império, em cuja
fileiras aprendi a desprezar o perigo e combater dignamente pela causa sagrada
das nações”.
(G. Garibaldi - Memórias,1859.)
No Uruguai ele casou-se com Anita, em março de 1842. Lá nasceram seus outros filhos, Rosa, Teresa e Ricciotti. Rosa com apenas dois anos veio a falecer devido a uma infecção na garganta que provocou as asfixia.
Para sustentar a família ele trabalhou como professor e
também como corretor.
Em 1842 estava no Uruguai quando
eclodiu a guerra entre Argentina e o Uruguai, Garibaldi comandou a frota
Uruguaia que enfrentou no rio Paraná a armada Argentina, comandada por Juan
Manoel Rosas, temido ditador Argentino. Derrotado, fez incendiar todos os
navios para que não caíssem nas mãos do inimigo. Enquanto nova armada era
construída, Garibaldi organizou uma legião de voluntários, constituída em
grande parte por italianos exilados, e deu o nome de “Legião Italiana”, eram
identificados pela camisa vermelha. Depois de vencerem a batalha de San
Antônio, em 8 fevereiro de 1846, Garibaldi foi nomeado Capitão da frota
Uruguaia, “Comandante supremo das milícias de Montevidéu.” Foi um grande nome
na defesa de Montevidéu, impedindo que ela fosse tomada pelos Argentinos.
Volta á Itália.
Em 1848, Garibaldi soube que o rei
Carlos Alberto da Sardenha havia declarado guerra á Áustria, retornou a Itália.
Apesar de ser contra a monarquia, formou um corpo de voluntários para lutar ao
lado do rei, após algumas vitórias, foi surpreendido pela noticia que a guerra
terminara por meios diplomáticos, o rei
, derrotado, escolhera o armistício. No entando Garibaldi rejeitou a solução e
continuou a luta, mas a causa foi perdida na Lombárdia. Não obtendo sucesso, foi
forçado a refugiar-se na Suíça e em
seguida em Nice, na França, onde encontrou Anita e seus três filhos, que haviam nascido na América.
Roma, visando conquistar Roma, os
liberais italianos marcharam contra aquela cidade e a tomaram. Garibaldi
participou da campanha como voluntário e foi eleito deputado na assembleia
constituinte da República Romana. Porém a cidade foi cercada por exércitos
franceses e napolitanos, com um número de homens dez vezes maior que os de
Garibaldi. Ele retirou-se com 4 mil homens, logo depois de recusar um
salvo-conduto do embaixador americano.
Condenado ao exílio Garibaldi morou
na África, Nova York e Peru, retornando a Itália em 1854, quando convidado pelo
Conde Cavour ajudou a Itália do norte a ser unificada.
Garibaldi voltou-se para o centro
do pais, com apoio do rei de Piemonte e seu ministro Cavour, no centro da
Itália a política e a diplomacia prevaleceram sobre as armas e os acordos com
que Cavour e o rei cederam Nice e Savoia á França foram considerados uma
traição por Garibaldi, que decidiu agir por conta própria seguiu para o sul,
onde conquistou a Sicília e o reino de Nápoles. Após realizações de plebiscitos,
Garibaldi renunciou aos territórios conquistados, cedendo-os ao rei de
Piemonte, Vitor Emanuel II. Recusou o titulo de nobreza e uma pensão vitalícia
oferecida pelo rei Vitor Emanuel.
Em 1862, liderou uma nova expedição
contra as forças austríacas e depois dirigiu suas tropas contra os Estados
Pontifícios, convencido de que Roma deveria ser a capital do recém criando
estado Italiano.
Na batalha de Aspromonte, Garibaldi
foi ferido e aprisionado, mas logo libertado. Participou depois da expedição para
anexação de Veneza.
Na sua última batalha, Garibaldi,
lutou ao lado dos franceses em 1870 e 1871, na
guerra Franco-Prussiana. Mesmo a França tendo perdido, ele ajudou muito
nas batalhas em que foi obtido sucesso.
Por seus méritos militares,
Garibaldi foi eleito membro da Assembleia Nacional da França em Bordéus.
Mas voltou para a Itália em 1874,
sendo eleito deputado no Parlamento Italiano. Apesar disso, passou a maior
parte de seus derradeiros anos em Caprera.
Apoiou o projeto de aterramento das
áreas ao sul do Lácio, em 1879, fundou a “liga da democracia”, propondo a
abolição da propriedade eclesiástica e a emancipação feminina.
Em 1880, casou pela terceira vez
com Francesca Armosino, a quem tenha tido que tiveram três filhos.
Na sua casa em Ilha de Caprera,
Itália, ficou até sua morte, no dia 02 de junho de 1882, com 75 anos.
Morre o homens que lutou ao lado
dos Farrapos, o homem que se uniu a uma
brasileira, e teve quatro filhos , três uruguaios e um brasileiro.
Homem esse que é considerado um dos
maiores mestres da história da estratégia militar revolucionária.
Em reconhecimento, teve várias
homenagens em seu nome:
Estátuas com sua figura existem em
muitas praças na Itália e em outros países ao redor do mundo. Na Itália seu
nome foi dado a praças e ruas, cinco navios da marinha italiana receberam seu
nome.
No Brasil, em homenagem ao herói
italiano, temos o município Garibaldi.
Em Tramandaí, também no Rio Grande
do Sul, tem a ponte giuseppe Garibaldi, que passa sobre um dos rios que o herói
utilizou para chegar até Laguna.
Embora tenha deixado instruções
detalhadas para sua cremação, seus restos mortais foram enterrados num
sarcófago de rocha natural, acima do solo, em Caprera, onde continuam até hoje.
Em 2012, os próprios descendentes
de Garibaldi, teriam decidido exumar o corpo , para tirar duvidas sobre a
verdadeira localização do cadáver, se analises de DNA, confirmassem que se
tratava do corpo de Garibaldi, seria embalsamado para maior preservação dos
restos mortais.
Deixo como legado:
“Meu amor pela
liberdade e pela verdade; meu ódio á mentira e á Tirania.”
Pesquisa feita por :
Sandra Ferreira - 1º chinoca do CTG Sentinelas do Pago.
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