sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Giuseppe Garibaldi. (1807 – 1882).



“Herói de dois mundos.”

Nascido em 04 de julho de 1807, em Nizza, atual Nice, pertencia ao reino da Sardenha, Itália, (atualmente francesa), com o nome de Joseph Marie Garibaldi. Filho de Domenico Garibaldi, que era proprietário de uma tartana, chamada Santa Raparata, e de Rosa Raimondi, sendo o segundo filho, de uma sequência de seis filhos. Seu irmão mais velho, Angelo, se tornou cônsul nos Estados Unidos, Michele foi capitã na Marinha, Felice era representante de uma companhia de navegação, Elisabetta e Maria, faleceram ainda crianças.

Não existem muitos relatos sobre sua infância, mas sabe-se que ele nunca foi adepto  aos estudos, preferia  a vida de diversão.

Deixou a casa dos pais, com apenas 13 anos, e se entusiasmou pelas ideias revolucionárias.

Passou anos de sua vida, a bordo de navios, onde chegou obter licença de capitão.

Em 1833, quando comandava um carregamento de laranjas, em Taganrog, na Rússia, conheceu Giovanni B. Cuneo, que o ajudou entrar no movimento Jovem Itália, de Giuseppe Mazzini, movimento que visava libertar o país do domínio de estrangeiros. Nesta época tinha cerca de vinte anos de idade.

No mesmo ano participou de um fracassado levante em Gênova, a corte genovesa condenou-o a morte. Mas ele conseguiu fugir para Marselha, e em seguida, no ano de 1835, fugiu para Tunísia, partindo depois para o Rio de Janeiro em 1835. Teve conhecimento do movimento republicano, chefiado por Bento Gonçalves da Silva, conheceu Luigi Rossetti e Bento Gonçalves, Garibaldi apoiou a causa e decidiu se unir a revolução Farroupilha.



Em setembro de 1838, Garibaldi foi nomeado capitão tenente, comandante da marinha farroupilha. Na viagem para o sul, foi capturado pela polícia marítima Uruguaia, sendo preso e torturado, mas conseguiu fugir e chegar ao Rio Grande do Sul, lá junto aos chamados Farrapos, ele foi uma figura de grande importância, seu nome é forte sempre que se fala na Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos.

Juntamente com o general Davi Canabarro, tomou o porto de Laguna, em Santa Catarina, onde proclamaram a República Juliana.

Garibaldi e Anita.

Em Laguna, no Morro da Barra Garibaldi conheceu Ana Maria de Jesus Ribeiro, mulher que largou tudo, inclusive o marido, ela se tornou sua companheira de lutas na América do Sul e na Itália. Entrou para a história com o nome de Anita Garibaldi. Tiveram seu primeiro filho, Menotti, que nasceu em Mostardas, no litoral do estado do Rio Grande do Sul.

Bento Gonçalves liberou Garibaldi de suas funções e o presenteou com 900 cabeças de gado. Ele partiu junto com Anita e seu filho para Montevidéu, chegando lá em junho de 1841 com apenas 300 cabeças, após terem caminhado por 600 quilômetros.

                   “Na América eu servi – e servi sinceramente – a causa dos povos.

Assim fui adversário do Absolutismo.”

“Eu vi corpos de tropas mais numerosas, batalhas mais disputadas, mas nunca vi, em nenhuma parte, homens mais valentes, nem cavaleiros mais brilhantes que o da bela cavalaria rio-grandense, que sustentaram por mais de nove anos  a luta contra um poderoso império, em cuja fileiras aprendi a desprezar o perigo e combater dignamente pela causa sagrada das nações”.

(G. Garibaldi - Memórias,1859.)



 No Uruguai ele casou-se com Anita, em março de 1842. Lá nasceram seus outros filhos, Rosa, Teresa e Ricciotti. Rosa  com apenas dois anos veio a falecer devido a uma infecção na garganta que provocou as asfixia.

Para sustentar a família ele trabalhou como professor e também como corretor.

Em 1842 estava no Uruguai quando eclodiu a guerra entre Argentina e o Uruguai, Garibaldi comandou a frota Uruguaia que enfrentou no rio Paraná a armada Argentina, comandada por Juan Manoel Rosas, temido ditador Argentino. Derrotado, fez incendiar todos os navios para que não caíssem nas mãos do inimigo. Enquanto nova armada era construída, Garibaldi organizou uma legião de voluntários, constituída em grande parte por italianos exilados, e deu o nome de “Legião Italiana”, eram identificados pela camisa vermelha. Depois de vencerem a batalha de San Antônio, em 8 fevereiro de 1846, Garibaldi foi nomeado Capitão da frota Uruguaia, “Comandante supremo das milícias de Montevidéu.” Foi um grande nome na defesa de Montevidéu, impedindo que ela fosse tomada pelos Argentinos.

Volta á Itália.

Em 1848, Garibaldi soube que o rei Carlos Alberto da Sardenha havia declarado guerra á Áustria, retornou a Itália. Apesar de ser contra a monarquia, formou um corpo de voluntários para lutar ao lado do rei, após algumas vitórias, foi surpreendido pela noticia que a guerra terminara  por meios diplomáticos, o rei , derrotado, escolhera o armistício. No entando Garibaldi rejeitou a solução e continuou a luta, mas a causa foi perdida na Lombárdia. Não obtendo sucesso, foi forçado  a refugiar-se na Suíça e em seguida em Nice, na França, onde encontrou Anita e seus  três filhos, que haviam nascido na América.

Roma, visando conquistar Roma, os liberais italianos marcharam contra aquela cidade e a tomaram. Garibaldi participou da campanha como voluntário e foi eleito deputado na assembleia constituinte da República Romana. Porém a cidade foi cercada por exércitos franceses e napolitanos, com um número de homens dez vezes maior que os de Garibaldi. Ele retirou-se com 4 mil homens, logo depois de recusar um salvo-conduto do embaixador americano.

Foi perseguido por exércitos franceses, espanhóis e napolitanos, na fuga Anita vestida de soldado e gravida de cinco meses, Anita adoece, em Orvieto, próximo á província de Ravena, acometida por febre tifoide e não resiste, morreu em 4 de agosto de 1849, triste e derrotado, Garibaldi alcança a república neutra de San Marino , e exilase nos Estados Unidos e depois no Peru.

Condenado ao exílio Garibaldi morou na África, Nova York e Peru, retornando a Itália em 1854, quando convidado pelo Conde Cavour ajudou a Itália do norte a ser unificada.

Garibaldi voltou-se para o centro do pais, com apoio do rei de Piemonte e seu ministro Cavour, no centro da Itália a política e a diplomacia prevaleceram sobre as armas e os acordos com que Cavour e o rei cederam Nice e Savoia á França foram considerados uma traição por Garibaldi, que decidiu agir por conta própria seguiu para o sul, onde conquistou a Sicília e o reino de Nápoles. Após realizações de plebiscitos, Garibaldi renunciou aos territórios conquistados, cedendo-os ao rei de Piemonte, Vitor Emanuel II. Recusou o titulo de nobreza e uma pensão vitalícia oferecida pelo rei Vitor Emanuel.

Em 1862, liderou uma nova expedição contra as forças austríacas e depois dirigiu suas tropas contra os Estados Pontifícios, convencido de que Roma deveria ser a capital do recém criando estado Italiano.

Na batalha de Aspromonte, Garibaldi foi ferido e aprisionado, mas logo libertado. Participou depois da expedição para anexação de Veneza.

Na sua última batalha, Garibaldi, lutou ao lado dos franceses em 1870 e 1871, na  guerra Franco-Prussiana. Mesmo a França tendo perdido, ele ajudou muito nas batalhas em que foi obtido sucesso.



Por seus méritos militares, Garibaldi foi eleito membro da Assembleia Nacional da França em Bordéus.

Mas voltou para a Itália em 1874, sendo eleito deputado no Parlamento Italiano. Apesar disso, passou a maior parte de seus derradeiros anos em Caprera.

Apoiou o projeto de aterramento das áreas ao sul do Lácio, em 1879, fundou a “liga da democracia”, propondo a abolição da propriedade eclesiástica e a emancipação feminina.

Em 1880, casou pela terceira vez com Francesca Armosino, a quem tenha tido que tiveram três filhos.

Na sua casa em Ilha de Caprera, Itália, ficou até sua morte, no dia 02 de junho de 1882, com 75 anos.

Morre o homens que lutou ao lado dos Farrapos, o homem que se uniu a uma  brasileira, e teve quatro filhos , três uruguaios e um brasileiro.

Homem esse que é considerado um dos maiores mestres da história da estratégia militar revolucionária.

Em reconhecimento, teve várias homenagens em seu nome:



Estátuas com sua figura existem em muitas praças na Itália e em outros países ao redor do mundo. Na Itália seu nome foi dado a praças e ruas, cinco navios da marinha italiana receberam seu nome.



No Brasil, em homenagem ao herói italiano, temos o município Garibaldi.



Em Tramandaí, também no Rio Grande do Sul, tem a ponte giuseppe Garibaldi, que passa sobre um dos rios que o herói utilizou para chegar até Laguna.

Embora tenha deixado instruções detalhadas para sua cremação, seus restos mortais foram enterrados num sarcófago de rocha natural, acima do solo, em Caprera, onde continuam até hoje.

Em 2012, os próprios descendentes de Garibaldi, teriam decidido exumar o corpo , para tirar duvidas sobre a verdadeira localização do cadáver, se analises de DNA, confirmassem que se tratava do corpo de Garibaldi, seria embalsamado para maior preservação dos restos mortais.

Deixo como legado:

“Meu amor pela liberdade e pela verdade; meu ódio á mentira e á Tirania.”


Pesquisa feita por :

Sandra Ferreira  -  1º chinoca do CTG Sentinelas do Pago.

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