Autor: Caco Coelho
Queria que, de repente, tudo fosse diferente,
da
vida que tenho aqui, da cidade ir me embora,
Viver a vida de
outrora, dos meus tempos de guri..
Queria que a minha
casa fosse um ranchito campeiro,
Amigos, gente
chegando,
E no
fogão , um braseiro,
A carne gorda
pingando, na festança do assado,
E a gaita velha
tocando um chote bem compassado..
Que os espigões que
nos cercam,
Fossem Umbus p'ro
aconchego
Dos gaudérios
assoleados, descansando nos pelegos,
Que buzinas,
telefones, ruídos que nos consomem,
Martirizando
a existencia,
Fossem passaros
cantores, nativos,
anunciadores de uma
sonhada querencia,
da vida que tenho
aqui,
Da cidade ir-me
embora, viver a vida de outrora,
dos meus tempos de
guri.
A cambona no costado,
do forte calor do fogo,
no terreiro o eterno
jogo do sol nascendo e se pondo...
De mão em mão o
porongo, no apojo do mate amargo..
Um cusco junto
comigo,
Olfateando p/
churrasco...
Ouvindo o bater dos
cascos, de alguém que ao longe se vai ...
Pisando o treval
maduro, das barrancas do Uruguay ..
Queria
que, de repente, tudo fosse diferente,
Da vida que tenho
aqui, da cidade ir-me embora,
Viver a vida de
outrora, dos meus tempos de guri ..
Pesquisa de :
Antonia Valim - Prenda Mirim Farroupilha Alvorada
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