quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Olmira Leal de Oliveira -- CABO TOCO.


“ Entrei de frente na história e, acredite quem quiser,

em vinte e três fui soldado sem deixar de ser mulher.”

 

Olmira Leal de Oliveira, nasceu em 18 de junho de 1902, natural da Costa do Camaquã em Caçapava do Sul, Filha de Francisco José de Oliveira e de Auta Coelho Leal de Oliveira. Olmira deixou a casa onde morava com sua mãe e irmã, pois seu pai já havia falecido, e apresentou-se como voluntária na brigada militar de Caçapava do Sul, com largos conhecimentos de plantas medicinais, aplicação de injeções e manuseio de armas de fogo, alistou-se como enfermeira para acompanhar as tropas do tenente coronel João Vargas de Souza, tornando -se a primeira mulher a integrar as tropas da Brigada Militar.

Aos 21 anos de idade foi recrutada para integrar as fileiras da Brigada Militar, como enfermeira e combatente, no primeiro Regimento de Cavalaria, hoje 1º Regimento da Polícia Montada , com sede em Santa Maria.

Graduada a cabo e devido a sua baixa estatura, atendia por “Cabo Toco.”

Primeira mulher a integrar as fileiras da corporação da Brigada Militar, em 1923. Participou dos movimentos revolucionários de 1923, 1924 e 1926.

Cabo Toco, empunhando seu fuzil, lutava lado a lado com a mesma valentia dos demais soldados. Passou por várias batalhas com destaque de bravura.

Deixou a corporação em 1932, mulher forte, guerreira, símbolo vivo da história do Rio Grande do Sul.

Morava em Cachoeira do Sul, onde casou-se em 1951, com Antônio Martins da Silva. E ficou viúva em 1954, não teve filhos. Trabalhava fazendo fretes em sua carroça.

Após a morte de seu marido, passou a viver de uma pequena pensão deixada por ele. Vivia em um barraco na periferia de Cachoeira do Sul. Andava pelas ruas com sua velha carroça, cansada e sem rumo, carregando consigo a história que o povo não conhecia. 

Mesmo sendo considerada uma heroína, Cabo Toco só ficou conhecida no ano de 1987. Isso porque, Nilo Bairros de Brum e Heleno Gimenez, compuseram uma canção, contando sua história. E venceram em 1987 a 5º Vigília do Canto Gaúcho de Cachoeira do Sul, na voz de Fátima Gimenez. 


Cabo Toco esteve presente na entrega da premiação da música, e viveu momentos de pura emoção ao ver sua vida contada em uma linda canção, apresentada para um grande público, que na sua maioria nem sequer sabia da sua existência. Pois o mundo a esqueceu, e o tempo vencia aquela, que se dizia combatente chimango.

“Me chamam de Cabo Toco sou guerreira sou valente.”

Só foi graduada ao posto de 2º sargento, pelo governo do estado, poucos anos antes de falecer. Depois que Fátima Gimenez venceu a 5º vigília do Canto Gaúcho.


Olmira Leal, “Cabo Toco”, faleceu em 21 de outubro de 1989, em Cachoeira do Sul, aos 87 anos, vítima de doença pulmonar, e está sepultada no cemitério municipal de Caçapava do Sul. 


Na sua terra natal foi homenageada com a denominação de uma rua, no bairro Mercedes.

Em 21 de abril de 2007, a Brigada Militar de Caçapava do Sul, também a homenageou com uma placa em seu túmulo com a frase:

 “Entrei de frente na história e, acredite quem quiser, em vinte e três fui soldado sem deixar de ser mulher.”

Cabo Toco também é patrona da 1º turma de Policiais Militares femininas do Estado do Rio Grande do Sul.

Para alguns a batalha foi honra e poder, para outros apenas uma promessa, e uma canção.      



 Pesquisa de: Sandra Ferreira

1º chinoca do CTG Sentinelas do Pago.






 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

56 anos do Município de Alvorada

Minha Alvorada cidade e sorriso És  um paraíso pra quem mora aqui Só quem não conhece a minha terra amada Tem a língua afiada pra fala...