quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Poesia – Aparição


Autor: Dimas Costa

 

Eu vi, sim, Nossa Senhora

descer, descer, inda agora,

das pontas daquele cerro...

Foi milagre!!! Foi milagre!!!

Pois naquele instante se ouvia

uns toques de Ave Maria

nos badalos de um cincerro.

 

 

Meu Deus! Meu Deus, que ventura!

A virgem era tão pura,

tão bonita, tão bonita!

E não vinha, não, com luxo,

com retoço assim de nobre,

vinha simples, vinha pobre,

toda vestida de chita!

 

   

 Parecia a chinoquinha,

com perdão do bom Jesus!

Na fronte trazia a cruz

das estrelas do Cruzeiro.

Desceu, de manso, na várzea,

cercada de pirilampos

e atravessando esses campos

foi sumir-se no potreiro...

Milagre! Milagre, eu vi!

Ninguém quis acreditar!

É só porque eu vim contar

do jeito mesmo que a vi:

se eu mentisse, se eu dissesse,

que ela estava entre tesouros,

coberta de ricos louros,

não diriam que eu menti!

 

 

Acham graça, quando eu falo,

zombam de mim, eu bem sei!

A ninguém mais por direi,

que enxerguei Nossa Senhora...

Naquela várzea bonita

toda vestida de chita

descer, descer inda agora.

 

 

Eu vi, sim tenho certeza

e que alegria me deu!

pois a mãe de Deus, como eu

é simples e não tem luxo

e lhes digo com franqueza,

sem vaidade ou heresia

decerto, como Maria

Jesus também é gaúcho!


 

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