Nascido em São Luiz Gonzaga, cerca de 1723.
Ao contrario do que se diz, Sepé não era guarani. Ele nasceu
em outro povo indígena, não identificado. Quando tinha dois anos de idade, sua
aldeia foi atacada por Portugueses e Espanhóis, os guaranis correram para
ajudar, mas o lugar já tinha sido invadido e quase todos tinham sido mortos.
Os guaranis salvaram o menino e o levaram para sua aldeia
perto da missão de São Miguel. Um casal o adotou, seu nome era “Djekupé A Djú”,
nos registros dos padres ficou denominado Joseph Tyarayu, tradução em português
seria José Tiaraju, foi batizado como José Tyarayu, mas para os índios era Sepé
Tiaraju, que tinha um significado, “chefe e sábio”, que foi o que ele
significou para os povos indígenas guaranis. Quando começou a crescer, pensaram
que seria um pajé, um religioso, e ele começou a ser preparado para isso, mas
seu lado guerreiro foi mais forte e mudou o seu destino. O guerreiro tinha
muita gratidão pelos guaranis, pois nunca esconderam sua história.
Passava muito tempo com os padres Jesuítas nas missões,
assim aprendeu a língua espanhola, foi alferes do exército espanhol, estava
habituado ao convívio com europeus, sabia ler e escrever, possuía treinamento
militar e espírito de proteção da terra.
Com os guaranis, conseguiram muitas vitórias, derrotou o
exercito luso-espanhol duas vezes em 1753 e 1754, comandava suas tropas, melhor
do que os generais ibéricos dirigiam seus exércitos.
Caindo em uma cilada, entrou no quartel inimigo, sendo preso
pelos portugueses, com mais de trinta indígenas que o acompanhavam, mas o bravo
guerreiro conseguiu fugir.
Começaram então as lutas e as emboscadas, acabando em
batalhas sangrentas, alimentadas pelo amor à liberdade, pelo horror à
escravidão e sobre tudo, pela defesa do território. Milhares de soldados o
enfrentaram de uma só vez, mas ele lutava como um ser sobrenatural.
Os índios liderados por Sepé, lutaram em várias batalha da
guerra Guaranítica, na resistência contra a desocupação dos Sete Povos das
Missões, motivada pelo tratado de Madrid, que foi acertado que Portugal cederia
a região da colônia do sacramento, e a Espanha em troca entregava a região dos Sete
Povos das Missões.
Em 7 de fevereiro de 1756, após muitas derrotas, cerca de
1500 índios guaranis, liderados por Sepé, foram dizimados na batalha de
Caiboaté, esta batalha ficou conhecida como uma das mais sangrentas, um
verdadeiro massacre que durou menos de duas horas.
Sepé Tiaraju morreu em combate, um dragão português
enfia-lhe uma lança profundamente, Sepé cai, a partir desse momento, história e
lenda se confundem.
O capitão indígena, líder das forças missioneiras se tornou
herói popular.
Sua obstinada resistência foi sintetizada numa frase:
“Essa terra tem dono.”
A história de Sepé Tiaraju tornou-se tema literário, entre
as obras é considerada a mais importante o “Romance dos Sete Povos das
Missões”, em 1975, de Alcy Cheuiche, que retrata a vida do guerreiro indígena,
cuja figura permanece na história do povo riograndense como um ícone heroico
que fez parte da formação da identidade e do território do Rio Grande do
Sul.
Em 19 de abril de 2006, em São Luiz Gonzaga, Missões,
inaugurou uma escultura em homenagem ao grande líder e guerreiro. E em 08 de
dezembro de 2015, através da lei municipal nº 5.550, denominou o prédio da
prefeitura de “Paço Municipal Sepé Tiaraju.”
“Sepé Tiaraju pode
ser qualquer gaúcho que, independente da batalha, vê a conquista de um amanhã
melhor como um ideal.
Sepé Tiaraju pode ser qualquer mulher que encara a vida
sozinha ou não, e muitas vezes desdobra-se em diversas guerreiras para vencer o
dia a dia.
Sepé Tiaraju existiu, se tornou lenda, ficou marcado na
história do nosso Rio Grande, para que pudéssemos todos os dias, busca-lo como
exemplo.
Para isso basta olhar para o céu.”
“Herói Guarani Missioneiro Rio Grandense”
Pesquisa de Sandra Ferreira
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