quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Quem foi Sepé Tiaraju.

 


Nascido em São Luiz Gonzaga, cerca de 1723.

Ao contrario do que se diz, Sepé não era guarani. Ele nasceu em outro povo indígena, não identificado. Quando tinha dois anos de idade, sua aldeia foi atacada por Portugueses e Espanhóis, os guaranis correram para ajudar, mas o lugar já tinha sido invadido e quase todos tinham sido mortos.


Os guaranis salvaram o menino e o levaram para sua aldeia perto da missão de São Miguel. Um casal o adotou, seu nome era “Djekupé A Djú”, nos registros dos padres ficou denominado Joseph Tyarayu, tradução em português seria José Tiaraju, foi batizado como José Tyarayu, mas para os índios era Sepé Tiaraju, que tinha um significado, “chefe e sábio”, que foi o que ele significou para os povos indígenas guaranis. Quando começou a crescer, pensaram que seria um pajé, um religioso, e ele começou a ser preparado para isso, mas seu lado guerreiro foi mais forte e mudou o seu destino. O guerreiro tinha muita gratidão pelos guaranis, pois nunca esconderam sua história.

Passava muito tempo com os padres Jesuítas nas missões, assim aprendeu a língua espanhola, foi alferes do exército espanhol, estava habituado ao convívio com europeus, sabia ler e escrever, possuía treinamento militar e espírito de proteção da terra.

Com os guaranis, conseguiram muitas vitórias, derrotou o exercito luso-espanhol duas vezes em 1753 e 1754, comandava suas tropas, melhor do que os generais ibéricos dirigiam seus exércitos.


Caindo em uma cilada, entrou no quartel inimigo, sendo preso pelos portugueses, com mais de trinta indígenas que o acompanhavam, mas o bravo guerreiro conseguiu fugir.

Começaram então as lutas e as emboscadas, acabando em batalhas sangrentas, alimentadas pelo amor à liberdade, pelo horror à escravidão e sobre tudo, pela defesa do território. Milhares de soldados o enfrentaram de uma só vez, mas ele lutava como um ser sobrenatural.

Os índios liderados por Sepé, lutaram em várias batalha da guerra Guaranítica, na resistência contra a desocupação dos Sete Povos das Missões, motivada pelo tratado de Madrid, que foi acertado que Portugal cederia a região da colônia do sacramento, e a Espanha em troca entregava a região dos Sete Povos das Missões.

Nessa região os povos indígenas guaranis mantinham extensa criação de gado, e resistiram à tentativa de ocupação, dando inicio à guerra, enfrentado exércitos espanhol e português, que aconteceu em varias batalhas.


Em 7 de fevereiro de 1756, após muitas derrotas, cerca de 1500 índios guaranis, liderados por Sepé, foram dizimados na batalha de Caiboaté, esta batalha ficou conhecida como uma das mais sangrentas, um verdadeiro massacre que durou menos de duas horas.  

Sepé Tiaraju morreu em combate, um dragão português enfia-lhe uma lança profundamente, Sepé cai, a partir desse momento, história e lenda se confundem.

O capitão indígena, líder das forças missioneiras se tornou herói popular.

Sua obstinada resistência foi sintetizada numa frase:

“Essa terra tem dono.”


A história de Sepé Tiaraju tornou-se tema literário, entre as obras é considerada a mais importante o “Romance dos Sete Povos das Missões”, em 1975, de Alcy Cheuiche, que retrata a vida do guerreiro indígena, cuja figura permanece na história do povo riograndense como um ícone heroico que fez parte da formação da identidade e do território do Rio Grande do Sul.     


Em 19 de abril de 2006, em São Luiz Gonzaga, Missões, inaugurou uma escultura em homenagem ao grande líder e guerreiro. E em 08 de dezembro de 2015, através da lei municipal nº 5.550, denominou o prédio da prefeitura de “Paço Municipal Sepé Tiaraju.”


“Sepé Tiaraju  pode ser qualquer gaúcho que, independente da batalha, vê a conquista de um amanhã melhor como um ideal.

Sepé Tiaraju pode ser qualquer mulher que encara a vida sozinha ou não, e muitas vezes desdobra-se em diversas guerreiras para vencer o dia a dia.

Sepé Tiaraju existiu, se tornou lenda, ficou marcado na história do nosso Rio Grande, para que pudéssemos todos os dias, busca-lo como exemplo.

Para isso basta olhar para o céu.”     

“Herói Guarani Missioneiro Rio Grandense”

 

 

 

Pesquisa de Sandra Ferreira

1º chinoca do CTG Sentinelas do Pago.








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