Nova etapa do Epicovid19 aponta que RS pode
ter 1,13 milhão de pessoas com anticorpos desde o início da pandemia.
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Um a cada 10 habitantes do Rio Grande
do Sul já foi infectado pelo coronavírus, de acordo com os dados mais recentes
do estudo Epicovid19-RS (Estudo de Evolução da Prevalência de Infecção por
Covid-19). Divulgada em transmissão virtual nesta quinta-feira (25/2), a nona
etapa da pesquisa estima que a proporção de pessoas com anticorpos para a
Covid-19 é de 10% (de 9,1% a 10,9%, pela margem de erro) da população gaúcha, o
que corresponde a cerca de 1,13 milhão de pessoas (que pode variar de 1,03 a
1,23) que já foram contaminadas pelo coronavírus, mesmo que de forma
assintomática.
“Retomamos
a pesquisa para refinar nossas decisões. Nossos cientistas nos dão muita
segurança, e subsidiam a tomada de decisões que muitas vezes são antipáticas,
mas necessárias, porque estão baseadas na ciência. Nossa equipe produz
informações de forma absolutamente independente. E essa parceria com a
comunidade científica também funciona como um antídoto para enfrentarmos a
pandemia das fake news e das notícias distorcidas”, destacou o governador
Eduardo Leite.
Realizada
pelo Estado em parceria com a Universidade Federal de Pelotas (UFPel), a
pesquisa aponta que a prevalência de Covid-19 no RS é, hoje, cerca de 7,2 vezes
maior em comparação com a encontrada no levantamento anterior, realizado há
cinco meses. Em setembro, o percentual de infecção era de 1,38%, equivalente a
156,7 mil pessoas.
“Ou
seja, estamos longe da ‘imunidade de massa’, que deve ser atingida com
patamares de imunização geral em torno de 60% a 80%”, diz o epidemiologista Aluísio
Barros, um dos coordenadores do estudo na UFPel.
O
aumento da prevalência no Estado veio acompanhado de uma diminuição do número
de pessoas respeitando as orientações de distanciamento social. De setembro
para cá, o percentual da população que relatou sair de casa diariamente
aumentou de 33% para 36%. Em comparação ao primeiro levantamento, realizado no
início da pandemia, em abril, esse aumento foi de 21% para 36%, enquanto a
proporção de pessoas que praticamente não saem de casa caiu de 22% para 10%.
"Pedimos
que toda a população, na medida do possível, reduza os contatos, fique em casa
e cuide de si e da família, dos amigos, dos colegas de trabalho. A doença é
real e está cada vez mais perto de cada um. Neste momento crítico que passamos
no RS, é importante que tenhamos todos os cuidados. Não há como expandir muito
mais os leitos, e a expansão de leitos não é a resposta, porque cerca de 60%
das pessoas que são internadas na UTI não sobrevivem. Existir leito não é
garantia de não perder a vida. Por isso, o que realmente ajuda a salvar vidas é
evitar a circulação do vírus, e para isso, precisamos de cada um dos gaúchos”,
reforçou o governador.
Para
a coleta dos dados, os pesquisadores entrevistaram e testaram 4,5 mil moradores
de nove cidades gaúchas. Desse total, 443 apresentaram resultado positivo.
12,6% deles foram em Canoas, município que já vinha apresentando os maiores
percentuais de casos em inquéritos anteriores. Passo Fundo teve 11,2% de
positivos, e Santa Maria e Ijuí tiveram 10,2%. As prevalências foram de 10,5%
em Uruguaiana; 9,5% em Caxias do Sul; e 8,9% em Pelotas. Porto Alegre e Santa
Cruz do Sul apresentaram 8,3% de casos positivos. Essas cidades respondem por
31% da população do Rio Grande do Sul.
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