Autor:
João Simões Lopes Neto.
Eram armas de castela
Que vinham do mar de
além
De Portugal também
vinham,
Dizendo, por nosso
bem.
Mas quem faz gemer a
terra
Em nome da paz não
vem!
Mandaram por serra
acima
Espantar os corações;
Que os Reis vizinhos
queriam
Acabar com as
missões,
Entre espadas e
mosquetes,
Entre lanças e
canhões!
Dum sangue dum
grão-cacique
Nasce um dia um
menino,
Trazendo um lunar na
testa
Que era bem
pequenino,
Mas era um cruzeiro
feito
Como um emblema
divino!
E aprendeu as letras
feitas
Pelos padres, na
escrita,
E tinha por
penitência
Que a sua própria
figura
De dia, era igual ás
outras...
E diferente, em noite
escura!
Diferente em noite
escura
Pelo lunar do seu
rosto,
Que se tornava
visível
Apenas o sol era
posto;
Assim era Tiaraiú,
Chamado Sepé, por
gosto,
Cresceu em sabedoria
E mando dos povos
seus,
Os padres o
instruíram
Para o serviço de
Deus,
E conhecer as defesas
Contra os males dos
ateus...
Era moço e vigoroso,
E mui valente
guerreiro,
Sabia mandar manobras
Ou no campo ou no
terreiro,
E na cruzada dos
perigos
Sempre andava de
primeiro.
E tudo isso aprendia,
E tudo já melhorava.
Sepé Tiaraju , chefe
Que os Sete povos
mandava,
Escutado pelos
padres,
Que cada qual
consultava.
E quando a guerra
chegou
Por ordem dos Reis de
além,
O lunar do moço índio
Brilhou de dia
também,
Para que os povos
vissem
Que Deus lhe queria
bem...
Era a lomba da
defesa,
Nas coxilhas de
Ibagé,
Cacique muito
matreiro
Que nunca mudou de
fé.
Cavalo deu a
nimguém...
E a ninguém deixou de
a pé...
Os mosquetes
estrondeiam
Sobre a gente
ignorada,
Que, acima do seu espanto,
Tem a vida
decepada...
E colubrina maiores
Fazem maior matinada!
A dor entrava nas
carnes...
Na alma, a negra
tristeza
Dos guerreiros de
Tiaraiú,
Que pelejavam defesa,
Porque o lunar divino
Mandava aquela
proesa...
E já rodavam ginetes
Sabre os corpos dos
infantes
Das Sete Santas
Missões,
Que pareciam
gigantes!
Na peleja tão
sozinhos...
Na morte tão
confiantes!
Mas o lunar de Sepé
Era o rastro
procurado
Pelos vassalos dos
Reis,
Que o haviam
condenado...
Ficando o povo
vencido...
E seu haver...conquistado!
Então, Sepé foi
erguido
Pelas mão de Deus
Senhor,
Que lhe marcara na
testa
O sinal do seu
penhor!
O corpo, ficou na
terra...
A alma, subiu em
flor!
E, subindo para as
nuvens,
Mandou aos povos
bênçãos!
Que mandava o Deus
Senhor
Por meio do seu clarão...
E o lunar na sua
testa
Tomou no céu
posição...
Eram armas de Castela
Que vinham do mar de
além,
De Portugal também
vinham,
Dizendo, por nosso
bem...
Sepé Tiaraiú ficou
santo
Amém! Amém! Amém!
Pesquisa de:
Sandra Ferreira
1º chinoca do CTG Sentinelas
do Pago.
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