O folclore é
uma manifestação cultural da sociedade regada a misticismo e histórias que
fizeram parte do cotidiano de sua civilização original por muitas gerações. É
bastante diversificado e conta com atributos dos povos indígenas, africanos e
portugueses.
Sobre a origem
da lenda do Ahó-Ahó, se sabe que foi criada por jesuítas que tinham a intenção
de cristianizar os índios.
O que diz a
lenda:
Ahó-Ahó, ou
Ao-Ao, foi um dos sete filhos de Tau e Kerana. Kerana era uma índia e Tau era
um espírito maligno. Por terem fugido juntos, Tau e Kerana foram amaldiçoados,
por isso quase todos seus filhos tinham forma de um monstro.
O espírito dos
montes e montanhas Ahó-Ahó, foi uma criatura monstruosa considerada
canibal por ser meio humano, que
aterrorizava as noites das aldeias guaranis. Ele tinha forma de um carneiro,
mas tinha chifres e dentes enormes que devoravam qualquer vítima que ele
decidisse perseguir. Sempre andavam em
bando e comunicavam-se entre si emitindo gritos que produziam o som “ao aó aó”,
buscando os desavisados que andavam longe das reduções mantidas pela Companhia
de Jesus.
A única forma
de se salvar, era encontrar uma palmeira e subir o mais alto que conseguisse.
Segundo a lenda, esta era a única espécie de árvore que a criatura considerava
sagrada por fornecer as palmas, usadas no domingo de Ramos, por isso desistia
da caça e saía em busca de outra refeição.
Mas se a vítima
tentasse correr ou subir em qualquer outra árvore, o Ahó-Ahó a perseguia e
começava a uivar sem parar até a encontrar novamente, e cavava todo solo ao
redor da árvore até chegar a sua raiz e a arrancava para devorar sua vítima.
Diz a lenda
também, que as garras gigantes do Ahó-Ahó serviam para agarrar crianças que ele
devorava. As crianças desobedientes que não respeitavam o horário da sesta (
descanso após o almoço) eram capturadas por um de seus irmãos, o Jaci
Jaterê, que as entregava para o Ahó-Ahó.
Assim,
aproveitavam para demonizar a floresta e mostrar que a única salvação vinha de
Jesus Cristo.
História da
família do Ahó-Ahó.
Os pais de
Ahó-Ahó eram figuras centrais da mitologia guarani pertencentes ao folclore das
regiões predominantes do Paraguai, do sul e oeste do Brasil e do norte da
Argentina, onde se situava os povos guaranis.
Na história,
Tau foi amaldiçoado pela deusa Arasy, deusa da Lua, e fugiu com Kerana, a filha
de Marangatú, conhecido por ser um líder benevolente e generoso, segundo filho
de Ruoave, o pai do povo, criado por Tupã, o Deus supremo.
Tau era um
espírito que assumia várias formas para conquistar o amor de Kerena, mas não
conseguiu, ele a capturou, fez dela sua mulher e assim tiveram sete filhos:
* Teju Jagua, o
espírito das cavernas e das frutas que tinha forma de uma Hidra, mas com corpo
de lagarto e sete cabeças de cachorro.
* Mboi Tu’i, o espírito das águas e dos seres
aquáticos que tinha forma de uma serpente enorme com cabeça e patas de
papagaio.
* Moñai, o
espírito dos campos abertos, também com forma de serpente mas possuía chifres
que pareciam antenas.
* Jaci Jaterê,
o único que não se parece com monstro, conhecido como o espírito da sesta.
* Kurupi, o
espírito da sexualidade e fertilidade, que atormentava as vida de índios e
animais em noites de lua cheia.
* Ahó-Ahó, uma
criatura monstruosa em forma de ovelha com chifres enormes, que devorava pessoas.
* Luison, o
espírito da morte, que em noites de lua cheia assumia a forma de um lobisomem
com características de homem, porco, cachorro e macaco.
“O importante das lendas
é evidenciar a contribuição histórica dessa
manifestações folclóricas, sobre a cultura Brasileira.”
Pesquisa feita
por:
Sandra Ferreira - 1º chinoca do CTG
Sentinelas do Pago.
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