quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Folclore - Lenda do AHÓ-AHÓ.


O folclore é uma manifestação cultural da sociedade regada a misticismo e histórias que fizeram parte do cotidiano de sua civilização original por muitas gerações. É bastante diversificado e conta com atributos dos povos indígenas, africanos e portugueses.

Sobre a origem da lenda do Ahó-Ahó, se sabe que foi criada por jesuítas que tinham a intenção de cristianizar os índios.

O que diz a lenda:

Ahó-Ahó, ou Ao-Ao, foi um dos sete filhos de Tau e Kerana. Kerana era uma índia e Tau era um espírito maligno. Por terem fugido juntos, Tau e Kerana foram amaldiçoados, por isso quase todos seus filhos tinham forma de um monstro.

O espírito dos montes e montanhas Ahó-Ahó, foi uma criatura monstruosa considerada canibal  por ser meio humano, que aterrorizava as noites das aldeias guaranis. Ele tinha forma de um carneiro, mas tinha chifres e dentes enormes que devoravam qualquer vítima que ele decidisse perseguir.  Sempre andavam em bando e comunicavam-se entre si emitindo gritos que produziam o som “ao aó aó”, buscando os desavisados que andavam longe das reduções mantidas pela Companhia de Jesus.

A única forma de se salvar, era encontrar uma palmeira e subir o mais alto que conseguisse. Segundo a lenda, esta era a única espécie de árvore que a criatura considerava sagrada por fornecer as palmas, usadas no domingo de Ramos, por isso desistia da caça e saía em busca de outra refeição.

Mas se a vítima tentasse correr ou subir em qualquer outra árvore, o Ahó-Ahó a perseguia e começava a uivar sem parar até a encontrar novamente, e cavava todo solo ao redor da árvore até chegar a sua raiz e a arrancava para devorar sua vítima.

Diz a lenda também, que as garras gigantes do Ahó-Ahó serviam para agarrar crianças que ele devorava. As crianças desobedientes que não respeitavam o horário da sesta ( descanso após o almoço) eram capturadas por um de seus irmãos, o Jaci Jaterê,  que as entregava para o Ahó-Ahó.

Assim, aproveitavam para demonizar a floresta e mostrar que a única salvação vinha de Jesus Cristo.

História da família do Ahó-Ahó.

Os pais de Ahó-Ahó eram figuras centrais da mitologia guarani pertencentes ao folclore das regiões predominantes do Paraguai, do sul e oeste do Brasil e do norte da Argentina, onde se situava os povos guaranis.

Na história, Tau foi amaldiçoado pela deusa Arasy, deusa da Lua, e fugiu com Kerana, a filha de Marangatú, conhecido por ser um líder benevolente e generoso, segundo filho de Ruoave, o pai do povo, criado por Tupã, o Deus supremo.

Tau era um espírito que assumia várias formas para conquistar o amor de Kerena, mas não conseguiu, ele a capturou, fez dela sua mulher e assim tiveram sete filhos:

* Teju Jagua, o espírito das cavernas e das frutas que tinha forma de uma Hidra, mas com corpo de lagarto e sete cabeças de cachorro.

*  Mboi Tu’i, o espírito das águas e dos seres aquáticos que tinha forma de uma serpente enorme com cabeça e patas de papagaio.

* Moñai, o espírito dos campos abertos, também com forma de serpente mas possuía chifres que pareciam antenas.

* Jaci Jaterê, o único que não se parece com monstro, conhecido como o espírito da sesta.

* Kurupi, o espírito da sexualidade e fertilidade, que atormentava as vida de índios e animais em noites de lua cheia.

* Ahó-Ahó, uma criatura monstruosa em forma de ovelha com chifres enormes, que devorava pessoas.

* Luison, o espírito da morte, que em noites de lua cheia assumia a forma de um lobisomem com características de homem, porco, cachorro e macaco.

                      “O importante das lendas é evidenciar a contribuição histórica dessa      manifestações folclóricas, sobre a cultura Brasileira.” 




Pesquisa feita por:

Sandra Ferreira - 1º chinoca do CTG Sentinelas do Pago.




 

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