Combateu com o Regimento de Cavalaria de Milícias de Porto
Alegre pela integridade do Rio Grande do Sul, nas guerras contra Artigas, em
1816 e 1821, e pelo Brasil, na Guerra Cisplatina em 1825 – 1828.
Principais ações.
Na Revolução Farroupilha foi dos mais ativos e atuantes
coronéis, coube a ele comandar as forças que deram início à Revolução
Farroupilha na noite de 19 de setembro de 1835, no vitorioso encontro de Ponte
da Azenha, que criou condições para a conquista de Porto Alegre em 20 de
setembro de 1835, com a entrada nela do líder político-militar da revolução, e
seu primo, o coronel Bento Gonçalves.
A seguir, comandando a Divisão do Norte, atuou sobre São
José do Norte, concorrendo para que Presidente Braga, deposto, viajasse para o
Rio de Janeiro e mais para a libertação de Domingos José de Almeida, preso
naquele local, fazia 17 dias.
Em 22 de abril de 1836, num dos episódios mais negros de sua
biografia, Onofre Pires derrota em Mostardas os legalistas comandados pelo
capitão Francisco Pinto Bandeira, porém ordena o fuzilamento de todos os
prisioneiros. Eram 12 prisioneiros, este fato mereceu censura do Partido
Republicano. Capitão Pinto Bandeira caindo aos pés de Onofre Pires, pediu que
sua vida fosse poupada pois era casado e pai de 11 filhos. Onofre respondeu:
“não seja covarde, morra ao menos como bom brasileiro”, e foi morto. Ele não
soube impor sua posição de chefe. Deu ouvidos aos inimigos daqueles que estavam
esperando a morte. Antônio Pedro em nome da tropa pedia a cabeça deles. Onofre
foi fraco e mandou fuzilar, obedecendo à imposição dos cidadãos que ele, com
sua voz e a sua espada em mãos, levou-os ao combate.
Negou assim Onofre Pires a tradição de firmeza e doçura, foi
firme, mas impiedoso, não respeitou a vida, a honra, a reputação e a família do
vencido, que pertencia ao legendário Rafael Pinto Bandeira, a primeira espada
continentina ao qual muito deve o Rio Grande a definição de seu destino
brasileiro, em 1776, por forças das armas.
A História o julgará!”
Em outubro de 1836, Onofre Pires foi preso na Batalha do
Fanfa, junto com Bento Gonçalves. Foi levado como prisioneiro ao Rio de Janeiro,
preso no forte de Santa Cruz, fugiu um ano depois, jogando-se ao mar, usando
como bóias 4 bexigas de boi infladas, em companhia do capitão José de Almeida
Corte Real. Bento Gonçalves não fugiu, em solidariedade a seu companheiro Pedro
Boticário não passou pela grade, por ser muito gordo.
Em 30 de abril de 1838, no combate de Rio Pardo, comandou a
Divisão que atacou o flanco esquerdo imperial. Ao final foi encarregado de
chefiar Comissão de Requisição de mercadorias pertencentes a imperiais, segundo
lista que lhe foi entregue pelo Coronel Bento Manuel.
Onofre não querendo passar por saqueador, assinava recibos
dizendo que assim agia de ordem de Bento Manoel Ribeiro.
Em 1844, desgastados por tanto tempo de guerra, Bento e Onofre
entraram em linha de colisão. A partir daí, Onofre Pires falava abertamente à
tropa, tudo que sentia em relação ao primo. Onofre era um valoroso soldado, mas
com péssimo costume de falar de seus interlocutores pelas costas.
Bento, em carta, pediu que Onofre confirmasse ou não, por
escrito, as acusações ofensivas à sua honra, feitas em presença de terceiros.
Onofre logo respondeu confirmando, abrindo mão de suas imunidades parlamentares
e colocando-se à disposição de Bento para um duelo, hipótese desejada por
Onofre Pires, que levava grande vantagem por seu porte atlético e por ter dez
anos a menos do que Bento (44 contra 54).
Bento Gonçalves procurou Onofre Pires e o desafiou para o
duelo, que aconteceu no dia 27 de fevereiro de 1844, no acampamento do
Exército, nas margens do rio Sarandi, em Topador, em Santana do Livramento.
Onofre foi atingido no antebraço direito, fato que
interrompeu o duelo. Quis o destino que Onofre Pires viesse a morrer, em 03 de
março de 1844, há um ano do término da Revolução, vítima de um ferimento no
antebraço direito, durante o duelo com Bento Gonçalves.
Com seu temperamento singular, Onofre Pires envolveu-se em
diversas questões rumorosas, que se refletiam negativamente na imagem, na
unidade do movimento revolucionário farrapo e no seu próprio fim, trágico e
solitário.
Pesquisa de:
Sandra Ferreira / 1 chinoca do CTG Sentinelas do Pago.
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