Diz a lenda que, na
época da Missões Jesuíticas, quando começaram a fundar os povoados, o plantio
das lavouras e a construção das primeiras moradias e igrejas.
Os padres Jesuítas
começaram a ser perseguidos por bandos, que vinham roubar o gado e objetos da
riqueza sacra das reduções.
Só restava aos padres
esperar pela inevitável notícia de que os bandeirantes estavam chegando, para
juntar tudo que podiam carregar, e bater em retirada. O que não podiam levar,
queimavam e enterravam. Casas, plantações, até igrejas foram incendiadas, para
que nada ficasse para os bandeirantes.
Consta que em uma
dessas reduções, que ninguém sabe dizer exatamente qual, havia muitas coisas
que podiam interessar aos bandeirantes.
Planejava-se
construir no local uma grande catedral, um marco daquela grande aventura que
agora ia terminando. Para enfeitar o templo, castiçais, candelabros, cruzes de
ouro e prata, uma mais bonita que a outra, algumas jóias incrustadas. Para
pagar pelo trabalho dos artesãos, moedas e ouro em pó haviam chegado até
aqueles cafundós. Os bandeirantes não poupariam ninguém em seu caminho para
alcançar essa riqueza toda, e os jesuítas sabiam disso.
Quando a dominação da
aldeia era só uma questão de tempo, os padres trataram de salvar sua riqueza.
Toda a fortuna foi colocada em uma carreta e nela partiram, alguns padres e
mais uns índios, saíram sem direção, só pensando em escapar dos bandeirantes,
que logo chegariam até a redução.
Não passou muito
tempo até que o grupo se desse conta de que seria capturado e não havia como
salvar o tesouro. As mulas que puxavam a carreta já davam sinal de cansaço. Ao
longe, entre as coxilhas se via a fumaça da aldeia em chamas, os bandeirantes
não tardariam.
Passando por uma
lagoa, os padres não pensaram duas vezes. Soltaram os animais, empurram a
carreta até a beira de um barranco e jogaram a carreta dentro da lagoa, onde
afundou lentamente. Todo o ouro foi para o fundo das águas, se não podia ser da
igreja, não podia ser de mais ninguém.
Ninguém jamais
poderia saber a localização exata do tesouro. Por garantia os padres teriam
assassinados os índios que tão servilmente os haviam acompanhado e jogaram seus
corpos na lagoa também. As águas tornaram-se de uma cor vermelho amarelada, que
nunca mudou de tom, simbolizando o ouro sagrado.
A lagoa nunca mudou
de cor, não transborda em tempos de cheias, não diminuiu com as secas, nela foi
confiada uma riqueza inviolável e sagrada.
A fé a lenda, afasta
os ambiciosos e ninguém se aventurou em profaná-la, segundo a lenda, se um dia
alguém profanar a lagoa sagrada, secará as águas e tudo se transformará em
deserto.
Ao seu redor, cresceu
uma bela cidade, que tomou por nome – Lagoa Vermelha. E todos seus moradores
sabem que ali ninguém se banha, nem pesca, pois conforme a lenda, a lagoa não
tem fundo.
Pesquisa de:
Sandra Ferreira / 1 chinoca do CTG Sentinelas
do Pago.
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