quinta-feira, 8 de julho de 2021

Lenda da Lagoa Vermelha.


Diz a lenda que, na época da Missões Jesuíticas, quando começaram a fundar os povoados, o plantio das lavouras e a construção das primeiras moradias e igrejas.

Os padres Jesuítas começaram a ser perseguidos por bandos, que vinham roubar o gado e objetos da riqueza sacra das reduções.

Só restava aos padres esperar pela inevitável notícia de que os bandeirantes estavam chegando, para juntar tudo que podiam carregar, e bater em retirada. O que não podiam levar, queimavam e enterravam. Casas, plantações, até igrejas foram incendiadas, para que nada ficasse para os bandeirantes.

Consta que em uma dessas reduções, que ninguém sabe dizer exatamente qual, havia muitas coisas que podiam interessar aos bandeirantes.

Planejava-se construir no local uma grande catedral, um marco daquela grande aventura que agora ia terminando. Para enfeitar o templo, castiçais, candelabros, cruzes de ouro e prata, uma mais bonita que a outra, algumas jóias incrustadas. Para pagar pelo trabalho dos artesãos, moedas e ouro em pó haviam chegado até aqueles cafundós. Os bandeirantes não poupariam ninguém em seu caminho para alcançar essa riqueza toda, e os jesuítas sabiam disso.

Quando a dominação da aldeia era só uma questão de tempo, os padres trataram de salvar sua riqueza. Toda a fortuna foi colocada em uma carreta e nela partiram, alguns padres e mais uns índios, saíram sem direção, só pensando em escapar dos bandeirantes, que logo chegariam até a redução.


Não passou muito tempo até que o grupo se desse conta de que seria capturado e não havia como salvar o tesouro. As mulas que puxavam a carreta já davam sinal de cansaço. Ao longe, entre as coxilhas se via a fumaça da aldeia em chamas, os bandeirantes não tardariam.

Passando por uma lagoa, os padres não pensaram duas vezes. Soltaram os animais, empurram a carreta até a beira de um barranco e jogaram a carreta dentro da lagoa, onde afundou lentamente. Todo o ouro foi para o fundo das águas, se não podia ser da igreja, não podia ser de mais ninguém.

Ninguém jamais poderia saber a localização exata do tesouro. Por garantia os padres teriam assassinados os índios que tão servilmente os haviam acompanhado e jogaram seus corpos na lagoa também. As águas tornaram-se de uma cor vermelho amarelada, que nunca mudou de tom, simbolizando o ouro sagrado.

A lagoa nunca mudou de cor, não transborda em tempos de cheias, não diminuiu com as secas, nela foi confiada uma riqueza inviolável e sagrada.

A fé a lenda, afasta os ambiciosos e ninguém se aventurou em profaná-la, segundo a lenda, se um dia alguém profanar a lagoa sagrada, secará as águas e tudo se transformará em deserto.

Ao seu redor, cresceu uma bela cidade, que tomou por nome – Lagoa Vermelha. E todos seus moradores sabem que ali ninguém se banha, nem pesca, pois conforme a lenda, a lagoa não tem fundo.

 

Pesquisa de:

 Sandra Ferreira / 1 chinoca do CTG Sentinelas do Pago.

 



 

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