Essa
lenda é uma lenda indígena que tem origem na região norte do Brasil.
Diz a lenda
que, nessa região, havia uma tribo cujo número de habitantes era bastante
elevado. Por esse motivo, cada dia estava se tornando mais difícil conseguir
uma quantidade de mantimentos suficiente para alimentar a todos.
Itaki, então
cacique da tribo, se viu obrigado a tomar uma decisão um tanto radical e que
deixou todos preocupados e chocados.
Como forma
de controlar o numero de habitantes, o cacique decidiu que todas as crianças
que nascessem a partir de determinada data deveriam ser sacrificadas. Para ele,
essa seria uma maneira de conter o aumento populacional de sua tribo.
Um dia, a
medida drástica acometeu a própria família de Itaki. Sua filha Iaçã deu à luz
uma criança que logo teve de ser sacrificada para fazer valer as decisões do
próprio avô.
Iaçã sofreu
demais com a morte da filhinha. Diz-se que ela passou dias e dias sem sair de
sua oca, sofrendo e chorando sem parar por vários dias e noites.
Assim, Iaçã
elevou os seus pensamentos a Tupã, divindade indígena, e pediu a ele que
fizesse com que seu pai encontrasse outra maneira de resolver a questão da
provisão de alimentos, sem que fosse necessário o sacrifício das crianças.
Tupã ficou
muito sensibilizado com a dor da índia e decidiu que ajudaria Itaki a encontrar
outra solução para o problema da tribo.
Foi então
que, certo dia, Iaçã ouviu um choro de criança vindo de fora de sua oca. Ao
sair, para sua surpresa e felicidade, avistou sua filhinha ao lado de uma
palmeira.
Iaça correu
em sua direção e abraçou a menina que, misteriosamente, desapareceu nos braços
da mãe.
Mais uma vez
inconsolável, Iaçã chorou tanto durante a noite a ponto de perder as forças e
acabar por falecer.
O corpo da
filha de Itaki foi encontrado na manhã seguinte, abraçado à palmeira. Iaçã
estava com um semblante sereno e parecia sorrir levemente. Seus olhos estavam
abertos e direcionados ao topo da árvore.
Ao observar
a palmeira, Itaki percebeu que no local para onde os olhos de Iaçã estavam
direcionados, abundava um pequeno fruto escuro. Tratava-se do AÇAÍ.
O cacique
mandou então que todos os frutos fossem colhidos. Com esses frutos, foi feito
um suco de aspecto avermelhado e bastante espesso, que alimentou a população da
tribo e findou a escassez de alimentos.
Segundo a
lenda o nome do fruto foi uma homenagem que o cacique fez à sua filha.
A frondosa
árvore e o seu fruto foram batizados de AÇAÍ, que é IAÇÃ ao contrário.
Desde então
o açaí passou a servir de alimento para toda a tribo do cacique Itaki e isso
fez com que ele suspendesse a sua ordem de sacrificar as crianças nascidas para
controlar o crescimento populacional e a consequente escassez de alimentos.
O açaí
é um fruto comestível de cor roxo-escura, que consiste em uma pequena baga de
formato arredondado e que cresce em uma palmeira de até 30 metros de altura.
Pesquisa de:
Sandra Ferreira / 1º chinoca do CTG Sentinelas do Pago.
Nenhum comentário:
Postar um comentário