Dia 11 de setembro é lembrado por tantos momentos pelo mundo
que marcaram vários países, data comentada e discutida. Mas o verdadeiro valor
histórico que marcou a ferro e deu partida a um momento impar para a humanidade
foi “11 de Setembro de 1836 Proclamação da República Rio-Grandense”.
. Na década de 1830, os estancieiros do Rio Grande do Sul
viviam uma desconfortável situação econômica. Seu principal produto, o charque,
cuja maioria da produção era destinada ao abastecimento do mercado interno
brasileiro, sofria forte concorrência externa do Uruguai e da Argentina, que
não tinha o charque tributado na importação.
Apesar das inúmeras
reivindicações, nenhuma atitude foi tomada pelo governo do Império. Assim,
crescia no Sul do País um sentimento de descontentamento com o poder centralizador
do Império. A insatisfação culminou que em 20 de setembro de 1835, os
farroupilhas rebelaram-se e, armados, tomaram Porto Alegre.
Foi no dia 11 de setembro de 1836 que o Coronel Antônio
Fonseca de Souza Neto escreveu as seguintes palavras, um dia após ter vencido a
batalha contra o exército do império no Seival, proferidas pelo Cel. Joaquim
Pedro Soares, como “ordem do dia”.
“Bravos
companheiros da 1ª Brigada de Cavalaria!
Ontem obtivestes o
mais completo triunfo sobre os escravos da Corte do Rio de Janeiro, a qual,
invejosa das vantagens locais de nossa província, faz derramar sem piedade o
sangue de nossos compatriotas, para deste modo fazê-la presa de suas vistas
ambiciosas. Miseráveis! Todas as vezes que seus vis satélites se têm apresentado
diante das forças livres, têm sucumbido, sem que este fatal desengano os faça
desistir de seus planos infernais.São sem número as injustiças feitas pelo
Governo. Seu despotismo é o mais atroz. E sofreremos calados tanta infâmia?
Não, nossos companheiros, os rio-grandenses, estão dispostos, como nós, a não
sofrer por mais tempo a prepotência de um governo tirânico, arbitrário e cruel,
como o atual. Em todos os ângulos da província não soa outro eco que o de
independência, república, liberdade ou morte. Este eco, majestoso, que tão
constantemente repetis, como uma parte deste solo de homens livres, me faz
declarar que proclamemos a nossa independência provincial, para o que nos dão
bastante direito nossos trabalhos pela liberdade, e o triunfo que ontem obtivemos,
sobre esses miseráveis escravos do poder absoluto.
Camaradas! Nós que compomos a 1ª Brigada do Exército
Liberal, devemos ser os primeiros a proclamar, como proclamamos, a
independência desta província, a qual fica desligada das demais do Império, e
forma um estado livre e independente, com o título de República Rio-grandense,
e cujo manifesto às nações civilizadas se fará competentemente.
Campo dos Menezes, 11 de setembro de 1836 – Antônio de Sousa
Neto, coronel-comandante da 1ª brigada.”
Então Neto, agora aclamado General, toma a palavra e
proclama a república:
“Camaradas! Gritemos pela primeira vez: viva a República Rio-grandense!
Viva a independência! Viva o exército republicano rio-grandense!”
Entre 1836 e
1845, os liberais rio-grandenses organizaram pela primeira vez no Brasil uma
república independente que funcionou com presidente, ministérios, repartições
públicas, exercito e corpo policial.
A República Rio-Grandense era separatista, porque possuía
bandeira, hino e escudo de armas como símbolos da pátria, que não eram os do
Império do Brasil.
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