O
Grupo dos oito
Em Porto Alegre, tinha mais jovens
com o mesmo pensamento sobre nossa
cultura o quão importante é a nossa tradição .
Em agosto de 1947, em Porto
Alegre, eclodiu forte uma proposta de esperança, onde a liberdade e o amor à
terra tinham vez e lugar. Jovens estudantes, oriundos do meio rural, de todas
as classes sociais, liderados por Paixão Cortes, criam um Departamento de
Tradições Gaúchas no Colégio Júlio de Castilhos, com a finalidade de preservar
as tradições gaúchas, mas também desenvolver e proporcionar uma revitalização
da cultura rio-grandense, interligando-se e valorizando-a no contexto da
cultura brasileira. Dentro deste espírito é que surge a criação da Ronda
Crioula , estendendo-se do dia 7 ao dia 20 de setembro, as datas mais
significativas para os gaúchos.
Entusiasmados com a idéia
procuraram a Liga de Defesa Nacional, e contataram o então Major Darcy
Vignolli, responsável pela organização das festividade da "Semana da
Pátria, e lhe expressaram o desejo do grupo de se associarem aos festejos, propondo
a possibilidade de ser retirada uma centelha da "Fogo Simbólico da
Pátria" para transformá-la em "Chama Crioula", como símbolo da
união indissolúvel do Rio Grande à Pátria Mãe, e do desejo de que a mesma
aquecesse o coração de todos os gaúchos e brasileiros durante até o dia 20 de
setembro, data magna estadual. Nessa oportunidade, Paixão recebeu o convite
para montar uma guarda de gaúchos pilchados em honra ao herói farrapo, David
Canabarro, que seria transladado de Santana do Livramento para Porto Alegre.
Paixão Cortes, para atender o
honroso convite, reuniu um piquete de oito gaúchos bem pilchados e, no dia 5 de
setembro de 1947, prestaram a homenagem a Canabarro. Esse piquete é hoje
conhecido como o Grupo dos Oito, ou Piquete da Tradição. Primeira semente que
seria semeada no ano seguinte, na criação do "35" CTG. Antônio João
de Sá Siqueira, Fernando Machado Vieira, João Machado Vieira, Cilso Araújo
Campos, Ciro Dias da Costa, Orlando Jorge Degrazzia, Cyro Dutra Ferreira e João
Carlos Paixão Cortes, seu líder. Durante o cortejo, o "grupo dos
Oito", os jovens estudantes, conduziam as bandeiras do Brasil, do Rio
Grande e do Colégio Júlio de Castilhos.Como haviam decidido, no dia 7 de
setembro, à meia noite, antes de extinto o "fogo Simbólico da Pátria",
Paixão Cortes, na companhia de Fernando Machado Vieira e Cyro Dutra Ferreira,
retirou a hoje cinqüentenária "Chama Crioula", que ardeu em um
candeeiro crioulo até a meia noite do dia 20 de setembro, quando foi extinta no
Teresópolis Tênis Clube, onde se realizava o primeiro Baile Gaúcho, por eles
organizado.
Durante a Ronda Crioula, os jovens
pioneiros realizaram intervenções em programas da Rádio Farroupilha, entraram
em contato com o escritor Manoelito de Ornelas , o qual noticiou os
acontecimentos da Ronda pelo Jornal Correio do Povo, e Porto Alegre.
Com a Ronda, outros jovens
companheiros foram se agregando às comemorações: Barbosa Lessa, Wilmar Santana,
Glaucus Saraiva, Flávio Krebs, Ivo Sanguinetti e outros tantos. Após o sucesso
da Ronda, mas principalmente pela decisão tomada em manterem-se unidos para
matear e prosear , o que se realizava na casa de Paixão Cortes.
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