quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Paixão Cortês (parte 3)

 

35 Centro de Tradições Gaúchas




A maioria das reuniões  do grupo aconteciam aos sábados pela tarde, muitas vezes na casa de Cyro, pois Paixão Cortes viajava com certa freqüência. O grupo começava a aumentar e, num determinado momento, Dona Fátima, mãe de Paixão, disse-lhe que não seria mais possível fazer reuniões em sala e quarto da casa. Nesse momento, José Laerte Vieira Simch, filho do Dr. Carlos Alfredo Simch, cedeu o porão dos Simch, na rua Duque de Caxias nº 704, pois as reuniões não poderiam parar, visto que se reforçava , cada vez mais, a idéia de verem criada uma entidade onde pudessem cultivar e preservar as tradições gaúchas. Passado o tempo, lá embaixo, no porão dos Simch, o espaço também se tornou pequeno para o número crescente de adeptos e, através do pai do Cyro Dutra Ferreira, diretor geral da FARSUL, possibilitou, em maio de 1948, a transferência do grupo para uma de suas salas e no terraço daquela entidade, localizada na esquina da Borges de Medeiros com a Rua Riachuelo, logo após a concretização da fundação oficial da nova entidade em 24 de abril de 1948: o "35" Centro de Tradições Gaúchas. De pronto, o "35" começou a estender suas atividades ao auditório da FARSUL, realizando, a li, conferências, sessões de estudo, tertúlias e outros eventos artísticos - culturais.O 43º Congresso Tradicionalista Gaúcho reconheceu todos os fundadores do "35" como Pioneiros do tradicionalismo organizado, Revendo os primeiros livros de atas, livros de presença nas primeiras reuniões, a Patronagem da Gestão Cinquentenário e Conselho de Vaqueanos do "35" CTG buscam identificar aqueles que assinaram os mesmos antes da sua fundação, para reconhece-los explicitamente como seus fundadores, em respeito a determinação estatutária, o que já foi realizado , de forma incompleta, no 43º Congresso Tradicionalista. No primeiro ano de vida do "35", este passou por três fases bem distintas: implantação, arregimentação e a preparatória, onde foi eleita a primeira diretoria oficial Paixão Cortes foi escolhido como o Patrão de Honra do "35" CTG, sendo que o primeiro patrão oficial foi o taura Antônio Cândido da Silva Neto, de Dom Pedrito, e na fase provisória, coube a Glaucus Saraiva a tarefa de ser o Patrão por ocasião da fundação.

 

Em 1956, Antônio Augusto Fagundes assumiu as rédeas do "35" como o seu mais novo patrão, pois tinha, à época, 21 anos.

 

Os jovens fundadores encontraram, no início, muitas dificuldades,: não sabiam elaborar um estatuto, dar estrutura a entidade. Tinham e sabiam quais seus objetivos: estudar e difundir suas tradições. Para isso foi preciso refletir muito, pensar, discutir e depois colocar em prática. Visando servir como elemento multiplicador das suas idéias, decidiram pela criação de núcleos regionais, dando-lhes apoio. Os jovens de 47/48 precisavam de credibilidade, e a foram buscar na comunidade. Cada um era responsável por sua função.

 

Como os ponteiros do movimento que surgia eram os campeiros do "Grupo dos Oito", era natural que , na fase preparatória, a presença desses era em maior número se comparado aos cola-finas. Sempre atentos aos seus objetivos, decidiram por utilizar na estrutura da entidade uma nomenclatura que lembrasse a vida na campanha, ou seja:

 

Sede principal - a Casa Grande, Estância

local de reuniões - Galpão

Presidente - Patrão

Vice-presidentes - Capatazes

Secretários - Sota-capatazes

Tesoureiros - Agregados das pilchas

Conselheiros Vaqueanos

Departamentos - Invernadas

Diretores - Posteiros

Reunião de Diretoria - Charla

Assembléias - Rodeio Grande ou Entreveiro da Gauchada

Festividades Artísticas -

 

E assim começou a história do pinoreiro que possui este nome: 35 CTG pois Barbosa Lessa sugeriu este nome, eram oito propostas em homenagem a data de início da Revolução Farroupilha mas Lessa teve esta ideia!A nova entidade necessitava de um símbolo e, após a divulgação em um grande rodeio, começaram a surgir várias propostas. Cyro Dutra Ferreira já havia mandado confeccionar cartões de visita, onde aparecia um índio gineteando um bagual, em posição espetacular, e o número 35, entrecortado, da esquerda para a direita e de baixo para cima, por uma lança, numa referência à Revolução Farroupilha. Paixão Cortes apresentou uma cuia de chimarrão, com bomba, onde o contorno da cuia era formada pelo algarismo "35" e as letras CTG.

A proposta de Cyro Dutra Ferreira, após discussões acirradas, foi aprovada e , até hoje, constam nos impressos do "35".

Em qualquer chão – sempre gaúcho!



Pesquisa de: 
Antonia Valim / Prenda Mirim Farroupilha de Alvorada
 



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