Autoria: Jayme Caetano Braun
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Bandeira de Trinta e
Cinco, divino pendão de guerra
Que guardas gritos de
terra entre as dobras andarilhas
Pano de altar das
coxilhas, desfraldado por condores
Prece rezada em três
cores em sobrehumanos rituais.
O verde, os campos
gerais do rio grande despenteado,
O matambre amarelado
numa alvorada de outubro
E o campo? Vermelho
rubro, num sol de tarde sangrado.
Troféu mil vezes
sagrado, pátria encarnada em um pano,
Pedaço de chão
pampeano que a história guasca eterniza.
Foste a primeira
divisa do brasil republicano.
Bandeira tu
ressuscitas, na glória de cada fiapo
O acampamento farrapo
embaçado de fumaça.
É o formigueiro da
raça que está reunido em concílio
É o bugre que, De
lombilho, vem levantando aos bocejos
São os mestiços
andejos, mal encarados e sérios
São castelhanos
gaudérios vaqueano de montoneras
Que bandearam as
fronteiras por força de algum instinto
É o negro chucro,
retinto, dos grilhões recém liberto
É o piá voluntário
esperto, guri ainda e Rosto liso
É o chiru velho
preciso que pensa mais do que fala
É o estancieiro de
pala que chimarreia sisudo
É o mulato façanhudo
de adaga grande à cintura
É a impressionante
figura do charrua de melenas
É o soldado de
chilenas e uniforme desbotado
É o lenço bem
colorado num pescoço de oriental
É a tricolor oficial
num tope republicano
É o carreteiro
vaqueano que segue o rastro das tropas.
São abas largas e
copas, vinchas, quepes e chapéus
Laços apêros, sovéus,
num mar de pilchas gaúchas
Boleadeiras e
garruchas, ponchos, palas multicores
Que culto estranho?
Que pampeano rito
Vivem tais vultos que
divergem tanto
É a liberdade que
fundiu num grito
Todas as vozes do rio
grande santo!
Pesquisa de:
Antonia Valim / Prenda Farroupilha Mirim
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