quinta-feira, 20 de maio de 2021

DICIONÁRIO GAÚCHO – De A a C



Bah”, “tchê”, “mate”, “barbaridade” e “guri” são palavras que (quase) todo mundo conhece e até usam no dia a dia. Mas, você sabe o que significa “guapo”, “pandorga”, “vareio” e “posteiro”?

Para essa edição você irá conhecer algumas gírias de A a C. 


( A )

A La Pucha: Admiração, surpresa, espanto

A Bangu: De qualquer jeito, as pressas

A cabresto: Conduzido pelo cabresto; submetido.

Abichornado: Aborrecido, triste, desanimado.

Achego: Amparo, encosto, proteção.

Açoiteira: Parte do relho ou rebenque, constituída de tira ou tiras de couro, trançadas ou justapostas, com a qual se     castiga o animal de montaria ou de tração.

Acolherar: Unir dois animais por meio de uma pequena guasca amarrada ao pescoço; Unir, juntar, com relação a pessoas.

Adaga: Faca de médio tamanho, espécia de ''espada curta'' com duplo corte de tempara forte, terminada em ponta. Geralmente usada pelo gaúcho como artigo particular.

Afude: Legal, muito boa.

Afeitar: Cortar a barba.

Agregado: Pessoa pobre que se estabelece em terras alheias, com autorização do respectivo dono, sem pagar arrendamento, mas com determinadas obrigações, como cuidar dos rebanhos, ajudar nas lidas de campo e executar outros trabalhos.

Água-de-cheiro: Perfume, extrato.

Aguada: Lugar utilizado pelos animais para beberem água. Bebedouro. Chamam-se campos de boas aguadas os que possuem bastante água, apropriada para os animais beberem.

Alpargatas: Espécie de calçado, tipicamente inclusa na indumentária gaúcha, feito geralmente de lona, brim ou couro.

Ajojo: É feito de couro cru torcido para prender os canzil no pescoço dos bois carreiros.

Apojo: Leite mais grosso tirado da vaca, após tirar-se o primeiro que é pouco espesso.

Alambrado: Aramado. Cerca feita de arame para manter o gado nas invernadas ou potreiros.

Amadrinhador: cavaleiro que, sentado em um cavalo manso, acompanha o domador, afim

de segurar o cavalo, casa seja necessária a doma.

Anca: Quarto traseiro dos quadrúpedes. Garupa do cavalo. O traseiro do vacum.

Anta: Pessoa interesseira.

Aporreado: Cavalo mal domado, indomável, que não se deixa amansar. Aplica-se, também ao homem rebelde.

Apotrar-se: Adquirir jeito de potro. Por extensão aplica-se às pessoas, com o significado de portar-se mal, tornar-se xucro, zangado, grosseiro.

Arapuca: Armadilha para pegar passarinhos; Trapaça.

Arreios: Conjunto de peças com que se arreia um cavalo para montar.

Azucrinado: Encomodado.

 

( B )

Bah: Expressão muito usada pelo gaúcho, derivada da palavra barbaridade, significa espanto, alegria ou indignação da parte de quem fala.

Ex: (Felicidade) -Bah, te aprochega vivente!

(Indignação,raiva) -Bah, que merda, perdi 50 pila!

(Espanto)-Bah, que guria linda!

Badana: Pele macia e lavrada que se coloca, na encilha do cavalo de montaria, por cima dos pelegos ou do coxonilho, se houver.

Bagual: Cavalo manso que se tornou selvagem. Reprodutor, animal não castrado.

Bah: Abreviação de barbaridade. Expressão usada para demonstrar surpresa, indignação.

Baia: Cavalos com pelagem amarelada, com brilho e bastante variações.

Baixeiro: Espécie de lã, integrante dos arreios, que põe no lombo do cavalo, por baixo da carona.

Barbaridade: Proveniente de barbarie, barbaro. Expressão de indignação, muito usada pelo gaúcho Ex.: Essa política ta cada vez pior, uma barbaridade. Mas que barbaridade.

Barbicacho: Cordão trançado em couro, cujas extremidades ficam presas na carneira, passando por debaixo do queixo, a fim de que o chapéu não caia, ao andar de cavalo.

Bastos: Selas ou almofadas de couro forradas, para o amortecimento do galopante.

Bicheira: Ferida nos animais, contendo vermes depositados pelas moscas varejeiras. Para sua cura, além de medicação, são largamente utilizadas as simpatias e benzeduras.

Bidê: Mesinha de cabeceira. (Aportuguesado do francês: bidet).

Biriva: Nome dado aos habitantes de Cima da Serra, descendentes de bandeirantes, ou aos tropeiros paulistas, os quais geralmente andavam em mulas e tinham um sotaque especial diferente do da fronteira ou da região baixa do Estado. Var.: beriva, beriba, biriba.

Bochincho: Briga, desordem, confusão.

Bóia: Comida.

Boleadeiras: Arma de origem indígena, composta de um corda com duas bolas de pedra ou metal nas em cada uma das extremidades, já foram muito utilizadas pelo gaúcho, para caçar grandas pradaria e gados selvagens, hoje é usada apenas em apresentações tradicionalistas.

Bolicho: Espécie de armazém, com pouca diversidade de produtos, geralmente mantém um estilo bem gaúcho, rústico, uma espécie de bar, bodega.

Bodega: Pequeno bar.

Bolicheiro: Dono de bolicho.

Bombacha: Do espanhol ''bombacho'' que que dizer: calça larga. Espécie de calça larga com abotuaduras no tornoselo, usada pelo gaúcho, por ser comoda e resistende na lida no campo.

Braça-de-Sesmaria:  Media antiga, de superfície, usada no Rio Grande do Sul. A braça-de-sesmaria mede 2,20 m por 6.600 m ou seja 14.520 metros quadrados.

Bruaca: Mulher feia. Utensílio que é colocado um de cada lado na cangáia no lombo do cavalo ou na mula para transportar alimentos, prática muito utilizada na época que não havia estradas e nem veículos para fazer o transporte.

Buenacha: Uma coisa boa

Bugio: Pelego curtido e pintado, em geral forrado de pano. Animal da Serra.

 

( C )

 

Cabresto: Peça de couro que é apresilhada ao buçal para segurar o cavalo ou o muar.

Cachaço: Porco não castrado, barrasco, varrão.

Cacho: A cola, o rabo do cavalo.

Cagaço: Grande susto, medo.

Calavera: Indivíduo velhaco, caloteiro, caborteiro, vagabundo, tonto, tratante.

Cambicho: Apego, paixão, inclinação irresistível por uma mulher.

Cambona: Utensílio semelhante a um bule.

Campear: Procurar pelo campo. Buscar. Esquadrinhar. Usa-se, também, em sentido figurado.

Canga: É feito de madeira que é colocado no pescoço de dois bois carreiros para puxar carreta ou arado.

Canzil: É feito de madeira, que é colocado na canga para prender no pescoço dos bois carreiros.

Capão: Diz-se ao animal mal capado; Indivíduo fraco, covarde, vil; Pequeno mato isolado no meio do campo. (Etim.: Do guarani caá, mato, bosque, e paú, ilha, ou seja, ilha de mato.)

Capataz: Administrador de uma estância ou de uma charqueada. Pessoa que nas lides pastoris, é incumbida de chefiar o pessoal.

Carancho: O mesmo que cará-cará, ave de rapina muito comum nos campos do Rio Grande do Sul. Pessoa que vai a festas e divertimentos sem ter sido convidada. Indivíduo que entra de graça em baile onde é obrigatório o pagamento de ingresso. Jogador excedente, em roda de jogo de número de parceiros limitado, que fica aguardando oportunidade de substituir algum dos jogadores em possíveis impedimentos.

Caborteiro: Alguém difícil, que não dá bola.

Carreira: Corrida de cavalos, em cancha reta. Quando participam da carreira mais de dois parelheiros, esta toma o nome de penca ou califórnia.

Caudilho: Chefe militar ; Manda-chuva.

Cernelha: Fio do lombo, ponto situado aonde termina a crina do animal, próximo o lombo, geralmente, a medida de um cavalo feita deste ponto, até a pata, pois a cabeça do animal não é levado em conta.

Chalana: Embarcação ou Lancha grande e chata.

Chambão: Otário.

Charla: Conversa.

Chasque: Recado; Mensagem.

Chimango: Alcunha dada no Rio Grande do Sul aos partidários do governo na Revolução de 1923. Ave de rapina muito comum na campanha riograndense, parecida com o caracará, porém menor do que este. Tenaz feita de arame para pegar brasas nos fogões.

China: Descendente ou mulher de índio, ou pessoa de sexo feminino que apresenta alguns dos traços característicos étnicos das mulheres indígenas; Cabloca, mulher morena; Mulher de vida fácil.

Chineiro: Grande número de chinas, índias ou caboclas.

Chinoca: Mulher, esposa.

Chorro: Jorro.

Chiripá: Vestuário utilizado pelo gaúcho de um pano retangular, que cruza entre as pernas sendo preso na sintura.

Cincha: Peça dos arreios que serve para firmar o lombilho ou o serigote sobre o lombo do animal.

Coalheira: Um dos estômagos do animal bovino que, por conter muito ácido, é usado para coalhar ou coagular o leite para o preparo do queijo.

Cocho: Recipiente de madeira ou de outro material, de várias formas e de vários tamanhos, que serve para diversos fins: para colocar sal para o gado nos rodeios, para dar ração aos animais domésticos, para lavar mandioca, para o fabrico da farinha, etc.

Colhudo: Cavalo inteiro, não castrado. Pastor.; Figuradamente, diz-se do sujeito valente, que enfrenta o perigo, que aguenta o repuxo.

Colorado: Cavalo com pelagem de capa (brilhosa) de tom avermelhado, podendo ter alguns pelos pretos e manchas brancas na cabeça.

Corredor: Estrada que atravessa campos de criação, deles separada por cercas em ambos os lados. Há, entre as cercas, regular extensão de terra, onde, por vezes, se arrancham os que não têm onde morar.

Credo: Exclamação de espanto.

Cuera:  Destemido, valente, hábil.

Cuia: Cabaça. Porongo, ou, mais propriamente, cabeça de porongo que se usa para preparar o mate. Recipiente de barro, de louça ou de madeira, usado para se tomar mate. A cuia de chimarrão, ou de mate, feita de cabeça de porongo, é, muitas vezes, guarnecida de prata, artisticamente lavrada. Cabeça.

Cuiúdo: Macho, valente. O mesmo que colhudo.

Cupincha: Companheiro, amigo.

Cusco: Cão pequeno, cão de raça ordinária. O mesmo que guaipeca, guaipé.


Na próxima edição tem mais!!!


Fabiana Thomaz 

Anita de Alvorada 2021


 

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