quinta-feira, 20 de maio de 2021

PALÁCIO PIRATINI - Sede do governo do RS, completa 100 anos.

 


A história do palácio governamental inicia praticamente com a fundação de Porto Alegre, em 1772 o governador Manoel Gomes Sepúlveda, mandou demarcar o local da nova capital da província e também construir o sobrado para a sede do executivo, chamado “Palácio de Barro”, foi uma das primeiras obras governamentais após a transferência da capital de Viamão para Porto Alegre.



Após a Guerra dos Farrapos, o presidente Sares d’Andréa, mandou elaborar novo projeto, já que a edificação encontrava-se em más condições para atuais funções, mas o projeto não chegou a ser executado.

Pouco antes do golpe republicano, foi elaborado outro projeto, que também não foi executado devido a queda do Regime Imperial.

Júlio de Castilhos, em 1894, delega ao arquiteto Affonso Hebert, a execução de um novo projeto, alegando “necessidade de asseio e de higiene”.

Em 1896, Francisco Gastaldoni foi encarregado da demolição do palácio de Taipa, sede do governo por 107 anos. O governo transferiu-se para o “Forte Apache”, prédio onde hoje está o Memorial do Ministério Público, também na Praça da Matriz.

As obras iniciaram em 1896, com o lançamento da pedra fundamental, coincidindo com o fim da Revolução Federalista. A terraplanagem movimentou grande quantidade de terra e houve necessidade de construção de muros de arrimo. Os alicerces e parte da alvenaria, utilizaram pedras trazidas do Rio de Janeiro, pois o granito do estado era considerado muito duro e difícil de trabalhar.

O projeto desenvolvido em torno do pátio central, apresentava uma separação precária entre função residencial e governamental, além de ser considerado modesto para a época. Em 1908 a obra é suspensa, para uma nova avalição do projeto. Uma equipe de técnicos do Estado é enviada a Paris para organizar um concurso internacional de projetos, o vencedor substituiria o de Hebert, somente dois arquitetos inscreveram-se seus projetos foram premiados, porém não aproveitados. Um ano depois é apresentado uma nova proposta, do arquiteto francês Maurice Gras, após vários estudos o novo projeto é aceito.



Em 20 de setembro de 1909 foi lançada a segunda pedra fundamental do palácio e as obras reiniciam, sob administração de Carlos Barbosa.


O prédio, de influência neoclássica, foi inspirado, segundo alguns pesquisadores, no Petit Trainon, de Versailles. Na construção pouca coisa era compradas aqui. O cimento era importado da França, o ferro da Europa, ao pedras de Paris e Buenos Aires, as pedras calcárias  da França, e isso gerou insatisfação dos fornecedores locais.


Para marcar a entrada principal e embelezar o pátio interno, entre as alas governamental e residencial, foi encomendada de um artista francês, três esculturas que representavam a Agricultura, a pecuária e a primavera.

Também foi encomendado ao pintor Antônio Parreiras, um grande quadro da Proclamação da República do Rio Grande e um retrato do General Bento Gonçalves (herói da Revolução Farroupilha).  

Em 1913, Borges de Medeiros reassume a presidência sob forte reação contra os gastos da obra, e imediatamente, rescinde o contrato com Maurice Gras, manteve alguns contratos de serviços já firmados. O ritmo da obra diminuiu.

Em 1914, com a deflagração da Primeira Guerra Mundial, dificuldades de importação forçaram algumas adaptações com uso de materiais locais. Entre 1918 e 1919 as obras foram praticamente interrompidas.


Em 1921 é instalado o Gabinete da Presidência, ocupado por Borges de Medeiros e a Secretaria do Interior. A solenidade de inauguração foi no dia 17 de maio de 1921 e restringiu-se a uma discreta visita da imprensa, e as obras continuaram por muitos anos. Até a segunda guerra mundial o Palácio, era considerado a obra mais importante da cidade e podia ser visualizado de todos os pontos da cidade.

Em 1928, Getúlio Vargas, eleito sucessor de Borges de Medeiros, é o primeiro governante a morar no novo palácio, protagonizando importantes acontecimentos políticos, ele residiu entre 1928 e 1930.

Na década de 1950, Aldo Locatelli foi contratado para pintar murais com temas do folclore e história do Rio Grande do Sul.


Em 1955, por decreto do governador Ildo Meneghetti, o Palacio recebeu o nome de PIRATINI, em alusão à cidade que sediou a primeira Capital Farroupilha em 1836, homenageando um capitulo significativo e marcante da história Riograndense.

Nesses 85 anos muitas adaptações foram necessárias para acompanhar as mudanças resultantes das transformações históricas. As últimas construções significativas no Palacio Piratini ocorreram no início da década de 70.

Na década de 71, foi construído o anexo chamado galpão crioulo, para dar um toque gaúcho.


Já passaram pelo palácio 38 governadores.

Em estilo neoclássico, em 1986 o Palácio Piratini foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae). Em 5 de janeiro de 1887, foi publicado no Diário Oficial o ato de Tombamento.

Em 1999 foi elaborado o projeto arquitetônico de restauração, em 2000 teve inicio as obras de restauração do prédio, a conclusão das obras se deu em 2002.

E em 2000, passou a ter a proteção do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).


A 100 anos o Palácio Piratini é testemunha da história, cenário dos rumos de Estado, referência arquitetônica e artística.






 

Pesquisa de:

 Sandra Ferreira/ 1 chinoca do CTG Sentinelas do Pago.


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