Autor: Colmar
P. Duarte
Quando
me dei por conta
A
vida potra ia de cola alçada
campo
a fora.
Ponteava
uma tropilha de quimeras,
Gavionando
– ventena – nos varzedos;
Sem
o som do cincerro das “madrinhas”,
Sem
marcas de bocal ou de colheras.
Corria
em liberdade,
Sem
os medos
Que
vão nos ressabiando, e que são tantos.
Sues
cascos pisoteavam meus espantos
Entre
as flores silvestres da alegria
Que
costumam pintar as primaveras.
Mas
a vida se doma,
Como
os potros!
Alguns
se amansam,
Se
aporreiam outros;
Nenhum
escapa as garras por bravata.
A
mão que nos castiga ou nos maltrata
É
a mesma que nos põe mel na boca.
Se
a lida não é mansa
E
a sobra é pouca,
Que
nada é para sempre – já se sabe.
E
o que não tem agora serventia
Tanto
faz
Que
mais dure... ou que se acabe.
Os
sonhos que escaparam das potreadas
Já
não posso volteá-los, novamente.
Mas
pouco importa o que não tem remédio
-
é olhando pra frente que se avança!
Seguem
nascendo outros;
Num
repente,
Tenho
outra tropilha
E
bem mais mansa.
Viver
é uma tropeada das compridas;
E
só vivendo é que se entende a vida.
Tropeiro
e domador,
Arreando
a tropa no rumo que o destino estabelece.
Pra
o coração “ronceiro”, calço esporas.
Se
ficar velho, por minha idéias.
Não
choro o que o passado leva embora;
Vou
domando outros sonhos no presente.
Bagual
bruto, rebelde de saída
(
só tapeando na cara obedecia! )
talvez
chegue domado ao fim da lida.
Pois
nada ensina tanto como a estrada.
E
muito aprende quem não sabe nada,
Tropeando
as penas
E
domando a vida.
Pesquisa de:
Antonia Valim – Prenda Mirim
Farroupilha
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