quinta-feira, 18 de março de 2021

Poesia - Campo a Fora


 

Autor: Colmar P. Duarte

 

Quando me dei por conta

A vida potra ia de cola alçada

campo a fora.

 

Ponteava uma tropilha de quimeras,

Gavionando – ventena – nos varzedos;

Sem o som do cincerro das “madrinhas”,

Sem marcas de bocal ou de colheras.

 

Corria em liberdade,

Sem os medos

Que vão nos ressabiando, e que são tantos.

 

Sues cascos pisoteavam meus espantos

Entre as flores silvestres da alegria

Que costumam pintar as primaveras.

 

Mas a vida se doma,

Como os potros!

Alguns se amansam,

Se aporreiam outros;

Nenhum escapa as garras por bravata.

A mão que nos castiga ou nos maltrata

É a mesma que nos põe mel na boca.

Se a lida não é mansa

E a sobra é pouca,

Que nada é para sempre – já se sabe.

 

E o que não tem agora serventia

Tanto faz

Que mais dure... ou que se acabe.

 

Os sonhos que escaparam das potreadas

Já não posso volteá-los, novamente.

Mas pouco importa o que não tem remédio

- é olhando pra frente que se avança!

Seguem nascendo outros;

Num repente,

Tenho outra tropilha

E bem mais mansa.

 

Viver é uma tropeada das compridas;

E só vivendo é que se entende a vida.

Tropeiro e domador,

Arreando a tropa no rumo que o destino estabelece.

Pra o coração “ronceiro”, calço esporas.

Se ficar velho, por minha idéias.

Não choro o que o passado leva embora;

Vou domando outros sonhos no presente.

 

Bagual bruto, rebelde de saída

( só tapeando na cara obedecia! )

talvez chegue domado ao fim da lida.

Pois nada ensina tanto como a estrada.

E muito aprende quem não sabe nada,

Tropeando as penas

E domando a vida.

 

 

 

Pesquisa de:

Antonia Valim – Prenda Mirim Farroupilha

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