Tradicionalista e
escritor, Cyro Dutra Ferreira, além do que a história conta, foi uma lenda, e
viveu boa parte de sua vida em General Câmara, muitos desconhecem a história e
a vida desse grande gaúcho.
Nasceu em Porto
Alegre, no dia 10 de janeiro de 1927, filho de Normélio Gomes Celso Ferreira e
de Ilda Dutra Ferreira.
Até os sete anos de
idade, viveu no campo, em São Gerônimo-RS, passando depois a viver em Porto
Alegre, grande parte dos seus últimos anos, morava em General Câmara, no Sítio
Nossa Senhora Medianeira, vindo a falecer no dia 09 de agosto de 2005.
Era casado com a
Pioneira das Mulheres do Tradicionalismo Gaúcho, Cira Dutra Ferreira, já
falecida, com quem teve três filhos; Hélio, Caio e Isabel.
História.
Participou do
primeiro Desfile Farroupilha, no Piquete da Tradição do referido DTG do Colégio
Estadual Júlio de Castilhos, pelas ruas da capital gaúcha, em 5 de setembro de
1947. Com o mesmo piquete prestou guarda campeira na recepção ao traslado dos
restos mortais do General Farrapo David Canabarro, transportado de Santana do
Livramento para o Panteon Rio-Grandense, em 5 de setembro de 1979, em Porto
Alegre.
Integrou o histórico "GRUPO DOS 8" -
a turma do "Julinho", do Grêmio Estudantil do Colégio Estadual Júlio
de Castilhos. No ano seguinte, participou da fundação do Pioneiro "35
CTG", o primeiro Centro de Tradições Gaúchas do estado, entidade da qual
foi patrão nos anos de 1955/56 e 1963/64.
Chama Crioula e a 1ª Ronda – Participou da
ronda crioula, criada por Paixão Cortes, a qual originou as comemorações da
Semana Farroupilha, Como haviam decidido, no dia 7 de setembro de 1947, à meia
noite, antes de extinto o "fogo Simbólico da Pátria", Paixão Cortes,
na companhia de Fernando Machado Vieira e Cyro Dutra Ferreira, retirou a
"Chama Crioula", que ardeu em uma “Tocha Farrapa” (candeeiro
crioulo), fabricada de forma rustica no quintal da casa onde Cyro Dutra morava.
Em seguida, Cyro
Dutra, dirigiu-se a cavalo, tipicamente pilchado, na cavalgada histórica junto
com Paixão Cortes e Fernando Vieira, na Av. João Pessoa, onde uma multidão
aguardava os atos de encerramento de mais uma Semana da Pátria. Levavam as
bandeiras do “Julinho” e do Rio Grande do Sul.
Após a Paixão tirar
uma centelha do Fogo Simbólico da Pátria, para formar a Chama Crioula, Cyro
montado em seu flete ao lado de seus companheiros, parou frente as autoridades,
no palanque oficial, gritando junto com os outros:
Viva a tradição gaúcha!
Viva a Revolução Farroupilha!
Viva o Brasil!
Como registra Paixão,
brilhava ali a centelha que iria irradiar luz aos caminhos do Movimento
Tradicionalista que ali nascia.
A nova entidade "35 CTG"
necessitava de um símbolo e, após a divulgação em um grande rodeio, começaram a
surgir várias propostas. Cyro Dutra Ferreira já havia mandado confeccionar
cartões de visita, onde aparecia um índio gineteando um bagual, em posição
espetacular, e o número 35, entrecortado, da esquerda para a direita e de baixo
para cima, por uma lança, numa referência à Revolução Farroupilha. Paixão
Cortes apresentou uma cuia de chimarrão, com bomba, onde o contorno da cuia era
formado pelo algarismo "35" e as letras CTG. A proposta de Cyro Dutra
Ferreira, após discussões acirradas, foi aprovada e, até hoje, constam nos
impressos do "35".
Cyro também se dedicou à literatura: Entre
suas obras estão 35 CTG - o pioneiro do MTG, Carreta Campeira e Campeirismo
Gaúcho. Assinou muitas crônicas sobre tradição, tradicionalismo, história e
campeirismo, em jornais da capital e do interior. Destacou-se no papel de
palestrante e difusor de assuntos relacionados aos primórdios do Movimento e à
prática campeira.
Cyro Dutra Ferreira faz parte da
história do Estado do Rio Grande do Sul. Deve, sempre, ser lembrado e citado
por nós.
Pesquisa de:
Sandra Ferreira / 1
chinoca do CTG Sentinelas do Pago.
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