As origens das
crendices e superstições são tão antigas quanto a própria humanidade. No Brasil
chegaram com os portugueses, mesclaram-se às crenças dos indígenas e posteriormente
a dos africanos escravos. E com o decorrer do tempo foram incorporadas à
cultura brasileira juntamente com as crenças de outros imigrantes que aqui
aportaram.
O homem ancestral,
não encontrando explicação para alguns fenômenos da natureza ou origem das
coisas, buscava em sua imaginação alguma explicação mágica. O medo e a dúvida
foram os grandes geradores de crendices, e as tentativas de neutralizar estes
medos e presságios geraram uma série incalculável de crenças que o povo possui.
Para o folclore,
crendice é toda aquela crença em coisas que a lógica não explica, e a
superstição é essa mesma crença quando envolve o medo de consequências.
O dicionário Houaiss,
define as palavras “superstição” e “crendice”, como a crença ou noção sem base
na razão ou no conhecimento, que leva a criar falsas obrigações, a temer coisas
inócuas, a depositar confiança em coisas absurdas, sem nenhuma relação racional
entre os fatos e as supostas causas a eles associados. Ou seja, é acreditar em
fatos ou relações sobrenaturais, fantásticas ou extraordinárias e que também
não encontram apoio nas religiões ou no pensamento religioso.
As crendices e
superstições, na verdade, são vestígio de um passado, em que o ser humano tinha
uma visão mágica do mundo, acreditando que diversos fatores sobrenaturais
podiam interferir diretamente no seu dia-a-dia. Esse modo de pensar foi-se
transmitindo de geração a geração, presente no dia-a-dia de todos,
traduzindo-se em hábitos e gestos.
Sorte e Azar.
Por sua origem
popular, as crendices e superstições também integram o folclore de um povo. São
muitas no folclore brasileiro. Muitas das crendices e superstições acredita-se
que dá azar, e outras sorte.
Algumas que dizem respeito ao azar:
Passar debaixo de uma
escada, quebrar um espelho, cruzar com um gato preto na rua , casr em agosto,
varrer a casa a noite, para frente.
Algumas que diz respeito a sorte:
Insetos como joaninha
e o louva-a-deus são vistos como portadores de boa sorte, fazer pedidos quando
veem estrelas cadentes, jogar moedas em fontes, comer lentilhas ou pular sete
ondas no ano novo.
Mas as crendices
também podem estar relacionadas a diversos outros fatos. Por exemplo, diz-se
que, quando sentimos nossa orelha esquerda ardendo, é porque alguém está
falando mal de nós. Aliás, nesses momentos, é aconselhável morder o colarinho
da camisa ou a gola da blusa que se está usando, assim, quem está falando mal
de nós morde a língua e cala a boca.
Simpatias e Amuletos.
Na categoria de
crendices e superstições também se enquadram os talismãs e amuletos, que
protegem ou trazem boa sorte. É o caso das ferraduras, do pé de coelhos, os
ramos de arruda e dos trevos de quatro folhas e outros.
Ainda podemos
mencionar as “simpatias”, procedimentos ou práticas que podem surtir efeitos
extraordinários. Há quem ache que pode conquistar o coração de outra pessoa
colocando o seu nome num pires com açúcar e acendendo uma vela, ou colocar a
vassoura atrás da porta para a visita ir embora, e outras.
Crendices e superstições ligadas ao namoro,
noivado e casamento.
A jovem que pega o
buque da noiva será a próxima a se casar;
Varrer os pés de
alguém, essa pessoa não casa;
Abrir sombrinha
dentro de casa fica para titia.
Superstições gerais.
Xicara virada com a
boca para baixo atrasa a vida;
Chinelo ou sapato
virado, provoca morte na família;
Enrolar as meias
enrola a vida;
Apontar para as
estrelas faz nascer verrugas nos dedos da mão.
Ferradura atras da
porta, afasta mau olhado;
Derramar açúcar traz
sorte;
Quando um grilo canta
dentro de casa é sinal que receberá dinheiro.
Segundo o folclorista
Luís das Câmara Cascudo:
“As superstições participam da própria essência intelectual humana e
não há momento na história do mundo sem a sua inevitável presença.
Como diz o ditado,
“não acredito em bruxas, mas que elas existem, existem.”
Pesquisa de:
Sandra Ferreira / 1
chinoca do CTG Sentinelas do Pago.
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