Historiadores apontam
que as origens da festa junina estão diretamente relacionadas as festividades
pagãs realizadas na Europa na passagem da primavera para o verão, momento
chamado de “solstício de verão”. Essas festas eram realizadas como forma de
afastar os maus espíritos e qualquer praga que pudesse atingir a colheita. No hemisfério norte o solstício de verão,
acontece exatamente no mês de junho.
As comemorações
realizadas por diferentes povos pagãos europeus começaram a ser cristianizadas
a partir do momento em que o Cristianismo se consolidou como a principal região
do continente europeu. Assim, a festa originalmente pagã foi incorporada ao
calendário festivo do catolicismo.
O começo da festa
junina no Brasil remonta ao século XVI, as festas juninas eram tradições
bastante populares na Península Ibérica (Portugal e Espanha) e, por isso, foram
trazidas para cá pelos portugueses durante a colonização, assim como muitas
outras tradições. Quando introduzida no Brasil, a festa era conhecida como
“festa joanina”, em referência a São João, mas, ao longo dos anos, teve o nome
alterado para festa junina, em referencial no qual ocorre, junho.
A cristianização da
festa está diretamente relacionada as comemorações de importantes figuras do
catolicismo, entre as quais se destacam:
Santo Antônio (13 de junho), nasceu em Lisboa, Portugal, em 15
de agosto de 1195. Ele é o santo junino mais comentado entre a população, já
que é conhecido como o “santo casamenteiro”, também é conhecido por nos ajudar
a encontrar objetos perdidos, e também por ser protetor dos soldados e dos
comerciantes varejistas. Santo Antônio morreu em Pádua, na Itália, em 13 de
junho de 1231.
São João
(24 de junho), nasceu em 24de junho, com o nome de João Batista, ele foi
primo de Jesus Cristo e faleceu em 29 de agosto do ano de 31 depois de Cristo,
na Palestina. Antes mesmo de Jesus, ele já pregava às margens do Rio Jordão.
Foi ele quem apontou Jesus como o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do
mundo (Jo 1,29)
São Pedro (29 de junho), conhecido como o “santo do tempo”, um homem
humilde apóstolo de Cristo e fundador e primeiro Papa da Igreja Católica.
Considerado protetor dos pescadores e das viúvas. Depois de sua morte foi
nomeado chaveiro do céu, e também foi atribuída a responsabilidade de fazer
chover. Seu dia é celebrado em 29 de junho.
Por fim, muitos
elementos típicos das comemorações pagãs ganharam novo significado.
Inicialmente, a festa
possuía um forte tom religioso, conotação essa que se perdeu em parte, uma vez
que é vista por muitos, mais como uma festividade popular do que religiosa.
Além disso, a evolução da festa junina no Brasil fez com que ela se associasse
a símbolos típicos das zonas rurais.
Durante as festas
juninas no Brasil, são realizadas danças típicas, como as quadrilhas. Também
inúmeras comidas a base de milho e amendoim, como canjica, pamonha, pipoca,
pinhão, pé de moleque, maça do amor, cucas, além de bebidas como o quentão.
Outra característica muito comum é a de se vestir de caipira de maneira
caricata.
Nos arraiais juninos
podemos encontrar vários elementos da cultura popular, que traduzem a crendice
da população de cada região, cada um desses símbolos tem um significado para a
festa.
A quadrilha surgiu
nos salões da corte francesa, recebendo o nome de “quadrille”, mas é de origem
inglesa, uma dança de camponeses chamada “campesine”.
Casamento caipira,
faz uma sátira aos casamentos tradicionais, a apresentação do casamento na roça
é muito engraçada.
A fogueira, era uma
homenagem aos deuses pagãos e simbolizava a proteção dos maus espíritos, que
atrapalhavam a prosperidade das plantações. E agradecer pelas fartas colheitas.
Cada santo tem uma fogueira, sendo, a quadrada se Santo Antônio, a redonda é de
São João e a triangular é de São Pedro. A festa em volta da fogueira também
serve para aquecer e unir as pessoas ao seu redor.
Os balões juninos,
indicam o início da festa, foram criados para reverenciar os santos da festa,
agradecendo pela realização dos pedidos, normalmente relacionados ao namoro e
ao casamento. Os balões hoje em dia não são mais usados.
Os fogos, se
originaram na China, também como forma de agradecer aos deuses pelas boas
colheitas. São elementos de proteção, pois espantam os maus espíritos.
O pau de sebo, é uma
brincadeira com objetivo de se ganhar uma quantia em dinheiro, que está fixada
em seu topo, as pessoas tem que subir no mastro, lambuzado de gordura.
As simpatias,
proporcionam aos convidados mais sorte no amor, um dos santos juninos é
conhecido como santo casamenteiro.
As comidas típicas,
também são símbolos juninos, derivados do amendoim e do milho, com deliciosos
quitutes como: curau, canjica, pamonha, bolo de milho, milho cozido, pé de
moleque, paçoquinha, pipoca, quentão, maça do amor e outros tantos.
Músicas juninas: Pedro, Antônio e João.
Com a filha de João,
Antônio ia se casar, mas Pedro fugiu com a noiva, na hora de ir pro altar.
A fogueira está
queimando, o balão está subindo, Antônio estava chorando e Pedro estava
fugindo. E no fim dessa história, ao apagar-se a fogueira, João consolava Antônio,
que caiu na bebedeira.
Pesquisa de :
Sandra Ferreira / 1
chinoca do CTG Sentinelas do Pago.
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