quinta-feira, 24 de junho de 2021

DICIONÁRIO DO GAÚCHO


“Bah”, “tchê”, “mate”, “barbaridade” e “guri” são palavras que (quase) todo mundo conhece e até usam no dia a dia. Mas, você sabe o que significa “guapo”, “pandorga”, “vareio” e “posteiro”?

Para essa edição você irá conhecer algumas gírias de M a Z

 

( M )


Macanudo: Designa alguém bonito ou algo legal.

Maleva: Bandido, malfeitor, desalmado; Cavalo infiel, que por qualquer coisa corcoveia.

Melena: Cabelo.

Maludo: Cavalo inteiro, garanhão. Diz-se do animal com grandes testículos.

Mamona: Diz-se de ou a terneira de sobreano que ainda mama.

Mangueira: Grande curral construído de pedra ou de madeira, junto à casa da estância, destinado a encerrar o gado para marcação, castração, cura de bicheiras, aparte e outros trabalhos.

Manotaço: Pancada que o cavalo dá com uma das patas dianteiras, ou com ambas; Bofetada, pancada com a mão dada por pessoa.

Marica: Gay, boiola, abichornado.

 

( N )


Negrinho: Designação carinhoso que se dá a crianças ou a pessoas que se tem afeição.

 

( O )


Oigalê: Exprime admiração, espanto, alegria.

Orelhano: Animal sem marca, nem sinal, estrangeiro.

Oveiro: Cavalo com manchas branchas assimétricas espalhadas por todo corpo.


( P )

 

Pachola: Sujeito alegre, popular, fanfarrão, figura querida por todos.

Paisano: Do mesmo país; Amigo, camarada.

Pago: Do ''espanhol'', cidade natal.

Pala: Vestuário feito normalmente em tear artesanal com grossos fios de lã, a fim de protejer o campeiro gaúcho, o frio e da chuva (se pare com um cobertor com cavidade para vestir pela cabeça). Geralmente cobre todo o corpo.

Palanque: Esteio grosso e forte cravado no chão, com mais de dois metros de altura e trinta centímetros aproximadamente  de diâmetro, localizado na mangueira ou curral, no qual se atam os animais, para doma, para cura de bicheiras ou outros serviços.

Papudo: Indivíduo que tem papo. Balaqueiro, jactancioso, blasonador. O termo é empregado para insultar, provocar, depreciar, menosprezar outra pessoa, embora esta não tenha papo.

Parelheiro: Cavalo preparado para a disputa de carreiras. Cavalo de corrida. (Deve provir de parelha, já que a maioria das corridas realizadas, anteriormente, no Rio Grande do Sul, eram apenas de dois cavalos).

Patrão: Designação dada ao presidente de Centro de Tradições Gaúchas (CTG).

Patrão-Velho: Deus.

Payador: Homem que faz uma (pajeada) um poema, espécie de trova ou verso criado na hora, de improvisso.

Pealar: Prender com o laço patas do animal que está correndo, atirando-lhe o pealo que o lança por terra. Figuradamente, armar cilada para apanhar alguém em falta, enganar, pegar de surpresa.

Pelejar:  Mudar o animal de pêlo, o que acontece, geralmente, no princípio do verão.

Peleia:  Briga, rusga, disputa, combate.

Pelear:   Brigar, lutar, combater, pelejar, teimar, disputar.

Pereba: Ferida de mau caráter, de crosta dura, que sai geralmente no lombo dos animais. Mazela, sarna, cicatriz. Aplica-se, também, às feridas que saem nas pessoas. Figuradamente, ponto fraco. Var.: Pereva (parece provir do tupi-guarani).

Pessuelo:  Objeto pessoal.

Petiço:  Cavalo pequeno, curto, baixo.

Petiço-Sogueiro:  Cavalo que ajuda o gaúcho na soga (campo) a por o gado de volta ou leva-lo ao campo.

Piá:  Menino, guri, caboclinho.

Picaço:  A base é preta mas apresenta partes significantes de branco na cabeça e uma das patas também brancas.

Piguancha:  China, chinoca, caboclinha, moça, rapariga. Mulher de vida fácil.

Pila:  Dinheiro, trocado. Geralmente usado no singular (Ex.:25 pila,50 pila)

Pingo:  Forma amigável do gaúcho se referir ao seu cavalo.

Piquete:  Pequeno potreiro, ao lado da casa, onde se põe ao pasto os animais utilizados diariamente.

Poncho:  Espécie de capa de pano de lã, de forma retangular, ovalada ou redonda, com uma abertura no centro, por onde se enfia a cabeça. É feito geralmente de pano azul, com forro de baeta vermelha. É o agasalho tradicional do gaúcho do campo. Na cama de pelegos, serve de coberta. A cavalo, resguarda o cavaleiro da chuva e do frio.

Porongo:  Planta cucurbitácea (também chamada porongueiro), de cujos frutos se fazem cuias ou cabaças.

Potrilho:  Animal cavalar durante o período de amamentação, isto é, desde que nasce até dois anos de idade. Var.:Potranco,potro.

Pura Buxa: Puta-merda! Que saco, designa descontentamento de algo que aconteceu.

 

( Q )

 

Querência:  Lugar onde se nasceu e viveu, ou onde teve que se acostumar a viver, ao contrário de pago, que é a cidade natal do mesmo.

Queixo-duro:  Cavalo que não obedece facilmente a ação das rédeas.

Quero-mana:  Denominação de antigo bailado campestre, espécie de fandango. Canto popular executado ao som de viola.

Quero-quero:  Ave de cor acinzentada, com esporões nas asas, considerada pelos gaúchos com muita admiração ''protetor das querências'', devido a proteção que este animal mantem ao seu ninho, quando um individuo se aproxima do ninho, ele grita fortemente, geralmente o ninho é feito no meio do campo, e não em árvores.

 

( R )

 

Rebenque:  Chicote curto, com o cabo retovado, com uma palma de couro na extremidade. Pequeno relho.

Reculuta:  Significa encontrar, buscar, recuperar um animal que se perdeu da tropa, ‘juntar’ os animais. É comum encontrá-la em letras de músicas nativistas.

Regalo: Presente, brinde.

Relho:  Chicote com cabo de madeira e açoiteira de tranças semelhantes a de laço, com um pedaço de guasca na ponta.

Remolacha:  Beterraba

Repontar:  Tocar o gado por diante de um lugar para outro.

Reponte:  Ato de tocar por diante o gado de um lugar para o outro.

Rosilho:  Cavalo com pelagem de capa avermelhada, com mistura de pelos brancos esparsos que não chegam a formar manchas específicas.

 

( S )

 

Sanga:  Pequeno curso d’água menor que um regato ou arroio.

Selin:   Sela própria para uso da mulher.

Sesmaria:  Antiga medida agrária correspondente a três léguas quadradas, ou seja a 13.068 hectares. São 3000 por 9000 braças; ou 6.600 por 19.800 metros; ou ainda, 130.680.000 metros quadrados.

Sestear:  Descanso feito após o almoço.

Sinuelo:  Diz-se do boi manso, acostumado já ao curral, que guia os outros bois no qual, indo sempre a frente.

Soga:  Corda feita de couro, ou de fibra vegetal, ou ainda de crina de animal, utilizada para prender o cavalo à estaca ou ao pau-de-arrasto, quando é posto a pastar. Corda de couro torcido ou trançado, que liga entre si as pedras das boleadeiras. O termo é usado também em sentido figurado.

Surungo:  Arrasta pé, baile de baixa classe, caroço.

 

( T )


Taco:  Diz-se ao indivíduo capaz, hábil, corajoso. guapo.

Taipa: Represa de leivas, nas lavouras de arroz. Cerca feita de pedra, na região serrana.

Taita: Indivíduo valentão, destemido, guapo.

Tala:  Nervura do centro da folha do jerivá. Chibata improvisada com a tala do jerivá ou com qualquer vara vlexivel.

Talagaço: Pancada com tala. Chicotaço.

Talho: Ferimento.

Tapera: Casa de campo, rancho, qualquer habitação abandonada, quase sempre em ruínas, com algumas paredes de pé e algum arvoredo velho. Diz-se da morada deserta, inabitada, triste.

Tchê:  Meu, principalmente referindo-se a relações de parentesco. (Veja mais em Tradicionalismo).

Tentos: Pequenas tiras de guasca presas a duas argolas existentes na parte posterior do lombilho, de um e outro lado, às quais se amarram o poncho, o laço, ou qualquer coisa que se queira conduzir à garupa.

Tirador: Espécie de avental de couro macio, ou pelego, que os laçadores usam pendente da cintura, do lado esquerdo, para proteger e o corpo do atrito do laço. Mesmo quando não está fazendo serviços em que utilize o laço, o homem da fronteira usa, freqüentemente, como parte da vestimenta, o seu tirador, que por vezes é de luxo, enfeitado com franjas, bolsos e coldre para revólver.

Tordilho: Cavalo com pelagem que se divide entre branco e preto, que tende a clarear com o crescimento do animal.

Tosa: Tosquia, toso, esquila.

Tostado: Cavalo com pelagem amarela muito escura, como café-torrado.

Tranco: Passo largo, firme e seguro, do cavalo ou do homem.

Tramposo: Intrometido, trapaceiro, velhaco.

Trem:  Sujeito inútil.

Três-Marias:   Boleadeiras.

Tronqueira:  Cada um dos grossos esteios colocados nas porteiras, os quais são providos de buracos em que são passadas as varas que as fecham.

Tropeiro:  Condutor de tropas, de gado, de éguas, de mulas, ou de cargueiros. Pessoa que se ocupa em comprar e vender tropas de gado, de éguas ou de mulas. Peão que ajuda a conduzir a tropa, que tem por profissão ajudar a conduzir tropas. O trabalho do tropeiro é um dos mais ásperos, pois além das dificuldades normais da lida com o gado, é feito ao relento, dia e noite, com chuva, com neve, com minuano, com soalheiras inclementes, exigindo sempre dedicação integral de quem o realiza.

Trovar: conversar, prosear.

Tubiano:  Cavalo de pelagem totalmente branca em diferentes partes do corpo.

 

( U )


Usted:  Você. Usado só na fronteira.

 

 

( V )

 

Vacaria:  Grande número de vacas; Grande extensão de campo que os jesuítas reservavam para criação de gado bovino.

Varar:  Atravessar, cruzar.

Vareio:  Susto, sova, surra, repreensão.

Vaza:  Vez, oportunidade.

Vil:  Covarde, desanimado, fraco.

Vivente:  Pessoa, criatura, indivíduo.

( X )

 

Xepa:  Comida.

Xerenga:   Faca velha, ordinária.

Xiripá:  Chiripá.

Xiru:  O mesmo que chiru. Indio, caboclo, companheiro, pessoa mais velha

Xucro:  Diz-se ao animal ainda não domado, bravio arisco.


( Z )

 

Zaino:  Diz-se do cavalo com o pelo vermelho escuro.

Zarro:  Incômodo, difícil de fazer, chato.

Zunir:  Ir-se apressadamente

 

 

 

 

Essas são algumas  de muitas palavras  que nós Gaúchos falamos !

 


 

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