Entrevista com
a Diretora da Campeira Feminina de Alvorada.
Tânia Cristina Longo Siqueira
Jornal Farroupilha: Como entrou no meio tradicionalista, e como se
envolveu na Campeira?
Tânia Siqueira: Eu sempre
gostei do tradicionalismo, e acompanhava através do acampamento na parada 48.
Eu visitava a semana farroupilha, e ali fazia amizade, porque eu ia pra
trabalhar também, vendendo meus doces. E assim eu acabei percebendo que as pessoas
andavam, mas não eram convidadas a entrar e participar nos Piquetes que ali
estavam acampados. Aí me surgiu a ideia de montar um Piquete e conseguir um
espaço pra acampar, e quando isso acontecesse as portas do Piquete iriam estar
sempre abertas, eu ia convidar o pessoal que esta ali passeando pra entrar e
conhecer um pouco mais da nossa cultura. E assim tem sido, desde que o Piquete
Pampa Sem Fronteiras conseguiu o seu espaço na praça. Daí então eu conheci
através de uma amiga em comum, a Simone que na época era a Patroa da Campeira,
e eu tinha a ideia quando as conheci que somente quem tinha cavalo poderia
participar, e então a Simone acabou me
explicando que não, que bastava amar o tradicionalismo e querer aprender.
Fiquei por muito tempo acompanhando as cavalgadas da Campeira sendo apoio, as vezes ia a cavalo
porque me emprestavam e hoje eu tenho meu cavalo e amo poder fazer parte desse
grupo de mulheres maravilhosas, que eu amo e tenho o privilégio de chamar de
amigas.
Jornal
Farroupilha: Atualmente como está a situação da campeira feminina de
Alvorada?
Tânia Siqueira: Este ano tivemos a troca da Patronagem da
Campeira, eu acabei assumindo no lugar da Deise Caurio da Silva Corrêa, que fez um trabalho incrível, tanto que
acabou sendo a primeira mulher a entrar com a Chama, no ano passado no
acampamento Farroupilha. Tivemos que dar uma segurada em alguns
projetos, em função da Pandemia. Mas nosso grupo participou de cavalgadas pra
arrecadar alimentos pras famílias necessitadas, fizemos campanhas junto com o
Departamento Cultural, Piquetes, CTGs, e a Subcoordenadoria de Alvorada, pra
arrecadar material de higiene, calçados, agasalhos, claro tudo com cuidado, uso
de máscara, álcool gel, e usamos pontos de coleta pra que não tivesse
aglomeração. Continuamos firmes e unidas, como sempre.
Jornal Farroupilha: Acredita que ainda há preconceito com
mulheres na campeira, como lida com isso?
Tânia Siqueira: Sim acredito, ainda temos alguns tabus pra quebrar. Tento lidar
da melhor forma, e graças a Deus tenho
um marido maravilhoso que já deixou de participar de cavalgadas mistas pra que
eu pudesse ir. Acho que o apoio dos nossos companheiroa são de extrema
importância.
Entrevista de:
Antonia Valim
Prenda Mirim
Farroupilha
Nenhum comentário:
Postar um comentário